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Carolina acredita na força do microcrédito como moeda social e transforma lixo em negócio sustentável em Igarapé-Açu
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A questão do lixo produzido pela sociedade e sem destino sustentável sempre foi uma preocupação de Carolina Magalhães, microempreendedora individual de Igarapé-Açu, no Pará. Em 2018, ela iniciou um projeto de negócio de impacto social que tem atuado ativamente para melhorar essa problemática em seu município.

“Em Goiás, já trabalhava com a questão da gestão dos resíduos, fiz um mestrado sobre isso. Aqui em Igarapé-Açu não é diferente, tem uma demanda muito grande e os igarapés são muito poluídos, por isso achei que poderia pensar em algumas ações”, comenta Carolina, que presta serviço técnico no Instituto de Desenvolvimento Amazônia Sustentável – IDEASSU.

Assim nasceu o Movimento Moeda Verde, que troca material reciclável por moeda que tem poder de compra. O empreendimento tem crescido e, hoje, já possui 62 pequenas empresas cadastradas que fomentam a economia local. Mudar o olhar que as pessoas têm em relação aos negócios de impacto social, ainda é um desafio. “Vivo em uma cidade que tem 60% da população abaixo da linha da pobreza e ao mesmo tempo é o sexto município da região com intensidade de negócios. Não me acostumo com essa discrepância, não acho que seja normal e penso que posso fazer alguma coisa. Tenho conseguido”.

Derik Fonseca acompanha o projeto desde o início e destacou como funciona. “Você pode levar seus resíduos para a sede da reciclagem ou eles podem buscar na sua casa por meio da Rota de Reciclagem que ocorre semanalmente”.

O cliente diz ter visto um impacto positivo da iniciativa. “O impacto recaiu direto sobre os catadores/coletores locais, dando mais dignidade, regularizando profissões, mudando suas vidas. Isso mudou a reeducação ambiental dentro da minha família e amigos”.

Banco Moeda Verde
O banco criado por Carolina oferece microcrédito com moeda social. O foco do banco são as mulheres que empreendem por necessidade. “Nós oferecemos microcrédito e moeda social e essas mulheres pagam as parcelas com resíduo reciclável”, destacou a empreendedora que frisou que a iniciativa tem impactado de forma positiva a vida das mulheres.

Roseline Dantas conheceu o projeto Moeda Verde pelas redes sociais e com um empréstimo feito no Banco Moeda Verde conseguiu dar uma alavancada na produção do seu negócio de venda de pães.

“O diferencial dos bancos tradicionais são os juros. O empréstimo feito no Banco Moeda Verde foi acessível para mim, além dos juros baixos, pago com reciclados. O que é lixo para os outros, para mim era dinheiro, então comecei a coletar pela vizinhança. Hoje, já tenho até poupança”. Após ajuda financeira do Banco Moeda Verde, Rosilene abriu o “Delícias da Su”, empreendimento que está em fase de formalização. “Sempre que preciso, recorro ao banco da Carolina, ela viu potencial no meu negócio”.

Parceria com o Sebrae
Carolina procurou o Sebrae quando ainda morava em Goiás. Na época, ela fez o Empretec, experiência que segundo ela, transformou sua vida.

“Foi uma experiência maravilhosa e louca. Tanto que bati o carro em uma das saídas, pois ficava muito mexida. Tenho esse diploma do Empretec emoldurado. Aprendi e descobri como empreender e a usar as ferramentas certas de gestão”. Além do Empretec, a empreendedora fez capacitações de fluxo de caixa, plano de negócios, marketing digital, planejamento estratégico e participou do Sebrae Delas.

“A gente esbarra muito em avançar nos grandes desafios para o terceiro setor. Na visão de algumas pessoas, isso é assistencialismo, mas estamos falando de dinheiro também, porque o lixo é dinheiro, só depende da forma como você olha para ele. A gerente do Sebrae na Região do Guamá compreendeu isso e abriu as portas da instituição”.

Carolina assinou um termo de cooperação técnica com o Sebrae/PA e começou a ter acesso as ferramentas de aprendizagem, participava das lives na época da pandemia e em 2019 fez um plano de negócio para o segmento.
“Você precisa usar ferramentas, saber como captar recurso, se posicionar, gerar confiança, gerar uma marca. A sustentabilidade precisa ter o equilíbrio com os eixos econômico, social e ambiental. Hoje, tenho uma marca e vou entrar no processo para conseguir a questão da patente”.

No Sebrae Delas, a empreendedora teve contato com ferramentas mais contemporâneas, decidiu participar do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN) e foi vencedora da categoria Microempreendedora Individual (MEI).
“Fui para a premiação esperando ganhar o terceiro lugar, não acreditava que tinha ficado em primeiro, foi muito incrível. Me abriu portas, tenho participado de palestras sobre empreendedorismo feminino e do programa Territórios Empreendedores”.

Oportunidade de negócio
A empreendedora espera que a COP 30 traga um bom legado para os pequenos negócios. De acordo com Carolina, a conferência acelerou os processos de conscientização da população sobre a importância da sustentabilidade.
“As pessoas estão começando a se conscientizar que precisam cuidar dos seus lixos, que ele pode ir para uma empresa e ser reciclado. Estamos conseguindo ocupar os mesmos espaços, ser ouvidos e levados a sério”.

Próximos Passos
No futuro, Carolina quer trabalhar compartilhando a experiência que vem desenvolvendo em Igarapé-Açu, implantar as unidades demonstrativas que tem no município em outros territórios. A empreendedora vê o Programa Líder da Região Guamá, como um pontapé inicial para esse seu projeto.
Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido pela Carolina, acesse @moedaverdeigarape

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