Empreendedoras participantes do Programa de Negócios de Impacto Socioambiental (Nisa Delas) tiveram a oportunidade de apresentar os seus modelos ou ideias de negócios para uma banca de especialistas, que avaliaram e deram orientações valiosas sobre os empreendimentos. As apresentações ocorreram durante o Demoday do programa, realizado nessa terça-feira, na sede do Sebrae em Belém.
“Desde 2021, a gente vem trabalhando com negócios conectados com os objetivos do desenvolvimento sustentável. Porém, esse ano a gente entendeu ser necessário olhar para as mulheres de uma maneira diferente, pois elas dividem a atenção com muitas outras atribuições. Então, desenvolvemos um programa que trabalhasse não só a parte de gestão do negócio, mas também as competências socioemocionais dessas empreendedoras”, explica Renata Batista, gerente da Unidade de Sustentabilidade e Inovação do Sebrae no Pará.
Em dois meses de jornada de capacitação, as 25 participantes tiveram acesso a conteúdos que exploraram temas como liderança, autoimagem, autogestão, além das capacitações de negócios para estruturação dos modelos de negócios com viés dos negócios de impacto.
A artesã Sandra Nascimento, de 61 anos, foi uma das participantes. Em suas criações, ao invés da linha, ela usa fio de cobre para fazer flores usando técnicas de crochê. Ela entrou no Nisa Delas para estruturar o seu empreendimento. “Eu não esperava que fosse a grandeza que é esse curso que nós fizemos. Uma coisa que me enriqueceu muito, que me deu uma visão ainda maior do que eu vinha tendo com as capacitações do Sebrae”, revela Sandra.
No caso da empresária Liliane Obando, da Casa Circular, a participação no programa contribuiu para implementar novos serviços. “Além de ser empresária da moda circular, eu também trabalho com consultoria de moda sustentável. Então, na realidade, eu quis trazer a consultoria para dentro da Casa Circular. Eu precisava fazer (isso) de uma forma bem planejada. Então, nesse sentido, o Nisa Delas, com a mentoria, me ajudou a formatar esse novo momento da Casa Circular”, detalha.
Liliane é funcionária pública e há dois anos resolveu empreender. Além de roupas “second hand”, o empreendimento também trabalha com marcas autorais de impacto com o viés da circularidade e com os brechós fazem parte da casa circular.
De acordo com o Sebrae, o demoday é um momento de ápice da jornada de capacitação do Nisa Delas. O evento conta com apresentações breves e diretas de negócios, chamadas pitch, com até quatro minutos. Em seguida, as empreendedoras respondem as perguntas da banca avaliadora, em até dois minutos. Os segmentos avaliados foram artesanato, sustentabilidade, impacto ambiental, tecnologia, inovação, beleza e autocuidado.
“Esse momento é de culminância das capacitações dessas 25 mulheres, que estão aqui empreendendo e se capacitando. Elas puderam apresentar o seu plano de negócio, inovação, sustentabilidade e criaram esses produtos. Essa é uma estratégia do Sebrae Pará para desenvolver o empreendedorismo feminino, inovando sempre e fazendo o reconhecimento dessas empreendedoras”, resume a diretora técnica, Domingas Ribeiro.
“É dessa forma que o Sebrae vem trabalhando, cada vez mais, para impulsionar o empoderamento feminino e, principalmente, com a certeza de que o caminho para empreender é um caminho com ciência, é um caminho com vontade, mas principalmente um caminho que pode ser apoiado pelo Sebrae, que traz grandes frutos como essas mulheres”, conclui Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae o Pará.
Esta é a 7ª edição do Nisa Delas, uma iniciativa do Sebrae voltada a negócios liderados por mulheres empreendedoras da Amazônia. Em execução desde 2022, o programa já atendeu 3 mil mulheres em 75 municípios do estado.
Sobre o Nisa Delas
O Pará é um dos estados brasileiros em que as mulheres mais empreendem. Aqui, 13,5% das paraenses em idade ativa são empreendedoras, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do IBGE, analisados pelo Sebrae no Pará. As mulheres empreendedoras são maioria da população paraense e possui maior nível de escolaridade do que os homens: 29% as mulheres possuem ensino superior, contra 21% dos homens. Apesar disso, o rendimento médio das empreendedoras no Brasil ainda é menor do que o dos homens.