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Mulheres paraenses gastam o dobro do tempo em cuidados com a família, na comparação com os homens
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A produtora rural e chocolatier Márcia Nóbrega sempre cultivou o sonho de ser dona do seu próprio negócio, mas há 35 anos, quando Carolina Nery nasceu, a primeira de seus três filhos, ela precisou adiar seus planos para se dedicar em tempo integral à primogênita, que tem autismo e síndrome de Down.

Mesmo depois que Carolina se tornou adulta, Márcia voltou-se primeiro a encaminhar e fortalecer o negócio da filha, para finalmente abrir sua própria empresa. Hoje, as duas são empreendedoras bem-sucedidas em seus negócios: Carolina é artesã, criando joias usando sementes e outras matérias-primas naturais da Amazônia; já Márcia abriu a ‘Lábios de mel’, especializada na produção de doces com chocolate.

Márcia viu no empreendedorismo a oportunidade ideal para conciliar a maternidade, seu talento e uma fonte de renda. Além disso, ela ainda estuda e está se formando na faculdade de gastronomia. “Eu ajudei, mas agora eu estou me ajudando, a realizar o meu sonho, mesmo com 59 anos”, afirma Márcia.

Pesquisa recente realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae/PA) apontou que, assim como Márcia, pelo menos 77% das mulheres donas de pequenas empresas no estado precisam conciliar a vida empresarial com a maternidade e os afazeres domésticos.

A necessidade de cuidar dos filhos influenciou na decisão de abrir o negócio para a maior parte dessas mulheres paraenses, chegando a 81%.

Outro aspecto evidenciado pela pesquisa é sobre o quanto a rotina de cuidar da casa e de um negócio pode sobrecarregar as empreendedoras paraenses. Nesse aspecto, 82% delas disseram que já se sentiram sobrecarregadas (sem tempo e energia) por terem de cuidar da empresa, dos filhos ou de outro membro da família ao mesmo tempo. Elas chegam a gastar até duas vezes mais tempo diário em cuidados com pessoas da família e com afazeres domésticos se comparadas aos homens.

Em relação ao preconceito de gênero, 13% das mulheres empreendedoras paraenses afirmaram ter sofrido preconceito por ser mulher no seu negócio. Esse foi o menor índice apresentado entre todos os estados e ficou abaixo das médias regional e nacional, que chegaram a 21% e 24%, respectivamente.

“Estes são os desafios diários que as mulheres passam ao empreender: a sobrecarga de atividades em comparação aos homens, o preconceito de gênero enfrentado no início do negócio e a falta de apoio são exemplos clássicos e culturais que as mulheres enfrentam”, lista a gerente da Unidade de Sustentabilidade e Inovação do Sebrae/PA, Renata Batista.

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Apoio ao empreendedorismo feminino

“Foi pensando justamente nas dificuldades e obstáculos enfrentados por mulheres que querem empreender ou já empreendem que o Sebrae criou programas destinados e específicos para atender a empreendedora mulher”, revela Renata.

Lançado no Pará há pouco mais de um ano, o Programa Sebrae Delas tem como objetivo fomentar o empreendedorismo feminino, por meio de capacitação e apoio à gestão dos negócios liderados por mulheres. O programa oferece uma trilha de capacitações para desenvolver os negócios das empreendedoras e também realiza e apoia eventos que promovem conexão entre as mulheres e seus empreendimentos, divulgando produtos e serviços.

Além das competências técnicas, o Sebrae Delas também atua no desenvolvimento de competências emocionais das mulheres, para ajudá-las a enfrentar os desafios da vida como empreendedoras.

O programa também promove a participação delas em redes de mulheres, por meio das quais trocam experiências, falam das dificuldades e buscam soluções. No Pará, mais de 3 mil mulheres já foram atendidas pelo Programa.

O Sebrae/PA promove ainda ações de capacitação via agências regionais, entre elas estão cursos e oficinas em datas específicas, como Páscoa e Dia das Mães. Também estão acontecendo capacitações no intuito de prepará-las para a COP 30.

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Rede de apoio

O estudo também pesquisou a rede de apoio das mulheres empreendedoras. No momento de abrir a empresa, clientes e fornecedores foram os que mais apoiaram as entrevistadas, citados por 67% delas. Entre os cônjuges, 62% as estimularam e entre os filhos o apoio foi de 50%. Em relação ao apoio de instituições que apoiaram no início do negócio, 45% disseram terem sido auxiliadas pelo Sebrae, 9% receberam auxílio de prefeituras e 2%, de ONGs.

Quando perguntado sobre o apoio atual, o cônjuge se torna o mais citado entre as entrevistadas com 63%. Já os filhos ficam com 49% e clientes e fornecedores foram citados por 45% delas.

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