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Utilizando palha de tucumã em peças utilitárias, artesã santarena conquista público

Público pode conferir ítens como cestas, mandalas, e até luminárias, criadas com Trançados de Arapiuns
Por Da Redação
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A arte de trançar fibras é uma habilidade ancestral mantida até hoje pelas populações tradicionais, especialmente as do município de Santarém, região oeste paraense, onde podemos encontrar os Trançados de Arapiuns. É a partir da palha do tucumã que a artesã paraense Neida Pereira utiliza essa arte milenar para confeccionar peças utilitárias, que puderam ser vistas na Feira de Artesanato do Círio 2024 (FAC), realizada de 10 a 16 de outubro, no estacionamento do Parque Porto Futuro, em Belém.

“Meu trabalho como artesã surgiu em 2006, a partir de um projeto de turismo de base sustentável na localidade onde eu morava, na comunidade de Coroca, no rio Arapiuns, em Santarém. Foi lá que aprendi os Trançados de Arapiuns, e a matéria-prima que eu uso é a palha do tucumã e os tingimentos naturais, todos extraídos da floresta”, conta ela.

A artesã conta que os Trançados de Arapiuns resgatam a cultura indígena tanto na forma de trabalhar quanto na forma de grafismo e das cores empregadas. A palha de tucumã vem do broto do tucumanzeiro, uma folha cheia de espinhos e a primeira etapa do trabalho é o beneficiamento, com a remoção desses espinhos. Depois, a palha seca por três dias e passa a última noite na umidade do sereno, para ficar clara e macia. Já o tingimento das peças é preparado com plantas da flora local, como urucum, jenipapo e açafrão. Dessa forma, as folhas cozinham com água e essas plantas e assumem as cores delas.

“A minha matéria-prima é retirada toda da minha comunidade, é um produto natural, que não agride o meio ambiente, e é 100% orgânico. Pensamos na sustentabilidade antes de fazermos nossas peças”, completa.

No estande da artesã, da marca Trançados do Arapiuns, é possível encontrar peças utilitárias como cestinhas, luminárias, mandalas, descanso para panelas e até luminárias, criadas a partir da palha do tucumã. “Primeiro faço os trançados das fibras, depois utilizo os tingimentos nas peças seja com urucum, jenipapo e açafrão, até chegar nas cores desejadas”, explica ela, que possui um espaço físico para vender os produtos na Loja Cristo Rei, em Santarém.

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