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Riqueza do artesanato dos Povos e Comunidades Tradicionais na FAC

Público pode conferir artesanato de indígenas, quilombolas e extrativistas até o dia 15 de outubro
Por Da Redação
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Durante os sete dias da Feira de Artesanato do Círio 2025 (FAC), o público poderá conhecer um espaço dedicado à produção criativa de artesãos indígenas, quilombolas e extrativistas. No estande, peças únicas como colares, brincos, cestarias e artefatos típicos representam não apenas a diversidade cultural, mas também o resgate de suas ancestralidades, fortalecendo a identidade dos Povos e Comunidades Tradicionais da Amazônia.

Este ano, o espaço “Mundo Amazônia”, pensando pelo Sebrae no Pará, reúne peças de artesãos indígenas venezuelanos da etnia Warao, além de indígenas das etnias Kaiapó, Ticuna, Assurini, Xicrin, Xipaya, Parakanã, Arara e Galibi-Marworno. Também é possível conferir o trabalho de empreendedores quilombolas e extrativistas de várias regiões do Estado.

Pela primeira vez na FAC, a artesã indígena Naiá Anambé, da etnia Anambé, está na feira representando toda a comunidade, cuja aldeia fica no município de Moju, no Baixo Tocantins. Durante quatro meses, o Sebrae no Pará realizou um trabalho de capacitação com 20 indígenas na aldeia com intuito de prepará-los para o mercado de economia criativa e grandes eventos.

“Essa é a minha primeira vez na Feira de Artesanato do Círio e já está sendo um momento inesquecível. Trouxemos para Belém colares, pulseiras e outros objetos produzidos com sementes e materiais da nossa floresta. Cada peça carrega a força do nosso território, como esse colar da cobra, feito com ossos de animais que ficaram após as queimadas do ano passado. Estamos reaproveitando o que sobrou da dor, transformando em arte e em força para seguir”, conta a artesã.

Ketiane Araújo (à esquerda) representa comunidade quilombola Itancuã Miri. Foto: Carlos Borges.

No ano da COP 30 em Belém, o objetivo do Sebrae/PA é criar um ambiente de negócios favorável aos Povos e Comunidades Tradicionais, cujos artesãos foram selecionados na curadoria da FAC, para abertura de mercado, geração de negócios e divulgação de trabalhos.

Também estreando na maior feira de artesanato do Estado, a empreendedora Ketiane Araújo, da comunidade quilombola Itancuã Miri, no município do Acará, conta que com apenas quatro meses de atuação, o grupo de artesãs já reúne 17 mulheres focadas na produção de biojoias feitas com sementes típicas da região.

“Embora o cultivo do açaí ainda seja a principal fonte de renda hoje, o artesanato surgiu como alternativa econômica e de empoderamento feminino para todas nós. Somos um grupo de 112 mulheres, e hoje, 17 estão envolvidas diretamente na produção de biojoias. Estamos aprendendo, criando e representando nossa cultura com orgulho”, conta ela, destacando que a comunidade foi convidada pelo Grupo Malungu, da Universidade Federal do Pará, para integrar a feira.

Representando a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no oeste paraense, a empreendedora Lígia Fernandes trouxe produtos que traduzem a conexão entre floresta, saberes ancestrais e geração de renda sustentável. No estande, o público encontra mel nativo, biojoias feitas com sementes, peças produzidas com madeira caída e itens inspirados diretamente na biodiversidade local.

Lígia Fernandes, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Foto: Carlos Borges

“Trouxemos um pouco do que a floresta nos oferece com respeito e sabedoria tradicional. É uma pequena amostra de tudo que nossa comunidade produz com base no extrativismo sustentável, tudo isso na região oeste do Estado”, finaliza Lígia.

O espaço Mundo Amazônia pode ser visitado gratuitamente até a próxima quarta-feira (15), dentro da FAC 2025, das 10h às 22h, no estacionamento do Parque Urbano Porto Futuro, com entrada franca. No dia do Círio de Nazaré, a feira pode ser visitada de 15h às 22h.

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