A hiodromel, uma bebida alcoólica, cuja principal matéria-prima é o mel de abelhas, vem conquistando o mercado paraense, nacional e está prestes a ser exportada para a Alemanha. O produto nasceu de um estudo realizado pela engenheira de produção Ana Lídia Zoni, a startup Hidromel Uruçun da Amazônia, que mapeou, com profissionais da Embrapa, toda a cadeia produtiva das abelhas sem ferrão.
“Vi uma oportunidade de negócio de transformar esse mel em um produto hidromel, aplicando a biotecnologia”, explica a empreendedora. O Hidromel tem 14% de teor de álcool, em dois sabores que são a Uruçun Ouro e a Uruçun Prata, em dois tamanhos, 965 ml e 355 ml. O empreendimento está presente em mais de dez locais de Belém, como o Restô do Parque e a Casa do Saulo, neste último empreendimento, inclusive, também está presente na filial de Alter do Chão.
Em 2019, primeiro ano de atividade da startup, foram produzidos 40 litros de hidromel, já entre agosto de 2021 e abril de 2022, foram produzidos cinco mil litros do produto. O Hidromel é produzido na linha piloto do CVACBA (CVACBA – Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia) no Pct (Parque de Ciência e Tecnologia) Guamá, com todo o suporte dos profissionais do espaço, ao todo, a Hidromel Uruçun da Amazônia possui quatro funcionários. Trata-se uma atividade socioambiental autossustentável.
“Empreendimentos como a Hidromel, fortalecem a bioeconomia local e os pequenos produtores de regiões pouco exploradas, que antes viviam da agricultura familiar. Além de colaborar com a manutenção do ecossistema, por meio da ação polinizadora das abelhas”, diz Ana Lídia, que explica que os produtores beneficiados, localizam-se em municípios do Nordeste Paraense e do Baixo Amazonas, como Bragança, Pirabas, Monte Alegre e Almeirim, o que beneficia mais de 300 famílias.
A empresária e os colaboradores da Hidromel Uruçun estão finalizando um curso da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O empreendimento conseguiu um investidor-anjo alemão e em julho de 2022 exportarão o primeiro lote de hidromel para o porto da cidade de Hamburgo, na Alemanha. O foco da startup, hoje, é a exportação, inclusive o produto já tem todas as certificações para exportar.
Os insumos amazônicos são diversos e as possibilidades de empreendimento são muitas, mas é preciso inovar e sempre empreender de forma sustentável, sem exaurir os recursos naturais e o meio ambiente. Esse é o grande diferencial para fazer a diferença no mercado, pois “os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia”, enfatiza Ana Lídia.
A empresária começou a empreender como microempreendedora individual, formalizando-se em 2019, com o apoio do Sebrae no Pará e, desde lá, fez cursos e capacitações. “O Sebrae sempre me aparou, desde o início, esteve comigo na construção e na consolidação da empresa”, pontua a empreendedora.
A Hidromel Uruçun da Amazônia faz do projeto Inova Amazônia, que visa oferecer soluções para implementar a sustentabilidade nos sistemas de produção. Ela foi selecionada entre os 30 projetos que estão sendo atendidos na fase de aceleração. O projeto é realizado pelo Sebrae