ASN PA Atualização
Compartilhe

FAC 2025 registra mais de R$ 3 milhões em negócios e 100 mil visitantes

Evento reuniu 250 empreendedores de todo o Pará e foi vitrine da economia criativa e sustentável no ano da COP 30 no Brasil
Por Bruno Magno
ASN PA Atualização
Compartilhe

A 13ª edição da Feira de Artesanato do Círio (FAC) já superou as expectativas e registrou um volume de mais de R$ 3 milhões em negócios, se consolidando como a maior feira de economia criativa da região. Realizada pelo Sebrae no Pará, a feira recebeu um público de mais de 100 mil visitantes, no estacionamento do Parque Urbano Belém Porto Futuro, com entrada gratuita.

“A FAC 2025 foi, sem dúvida, a maior da nossa história. Superamos todas as metas: mais de 100 mil visitantes, cerca de 3,3 milhões em negócios gerados e 65 mil itens vendidos. Com quase 5 mil m² de estrutura, recebemos 250 empreendedores de todas as regiões do estado, incluindo povos originários, quilombolas e extrativistas, enfim é uma feira que representa todo o Pará. Além disso, tivemos um compromisso firme com a sustentabilidade, com quase uma tonelada de resíduos recolhidos e mais da metade deles sendo reaproveitados”, destacou Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae/PA, em coletiva à imprensa nesta quarta-feira (15), último dia do evento.

Em apenas seis dias, a FAC movimentou mais de R$ 3 milhões em geração de negócios, somando vendas durante a feira e negócios futuros, o que representa crescimento de 8,85% em relação ao ano anterior. Os números ainda não foram fechados, mas devem ultrapassar a meta de R$ 3,2 milhões na geração de negócios prospectados pelo Sebrae/PA.

FAC 2025 registrou recorde de público em 2025. Foram mais de 100 mil pessoas. Foto: Carlos Borges.

O evento recebeu até esta terça-feira (14), mais de 100 mil visitantes, mais que o dobro do público de 2024, quando 45.778 pessoas passaram pelo evento no mesmo período, um aumento de 101% no movimento. Com 250 expositores, mais de 54% em relação ao ano passado, a FAC já registrou mais de 65 mil peças vendidas, ultrapassando o número de 62 mil comercializadas em 2024, durante os sete dias de evento.

Com ambiente climatizado, a FAC 2025 reuniu 250 expositores de diferentes regiões do Estado, sendo 159 artesãos de tipologias diversas, como miriti, balata, cerâmica, sementes, fibras, cuias, madeira, crochê e macramê, além de produtores de alimentos, bebidas, biojoias, moda e artigos sustentáveis. A edição deste ano ocupou uma área de cerca de 5 mil m² e trouxe o conceito “Arte que preserva, cultura que inspira”, em alusão à COP 30, destacando a sustentabilidade em toda a estrutura do evento.

Um dos estandes mais visitados foi o do artesão Sérgio Melo, que transforma arames de alumínio em esculturas de todos os formatos e tamanhos com ajuda de alicates. Foi a primeira vez dele na FAC, onde encantou o público com esculturas como a forma de um jacaré e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

“Começou com uma bicicleta e quem me descobriu e me incentivou foi a minha esposa, que me encorajou a fazer as peças. Então usei o arame que eu tinha em casa e comecei a testar de acordo com a minha imaginação e as coisas foram fluindo”, revelou o artesão, que aceitou o desafio e não parou mais de dar asas à sua criatividade.

Sustentabilidade, inclusão e música

Entre os destaques deste ano, estiveram o Espaço Sebrae Recicla, que promoveu a coleta e destinação correta dos resíduos gerados no evento por meio de cooperativas atendidas pelo programa Pró-Catadores como a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis das Água Lindas (Cootaral). Em apenas seis dias, foram coletadas quase uma tonelada de resíduos, sendo 53% de origem orgânica, que serão transformados em adubo.

Espaço Amazônia contou com indígenas de diversas etnias. Foto: Carlos Borges.

Além disso, também foi disponibilizado o Espaço Acredita, que ofereceu orientações sobre crédito e finanças aos empreendedores, e o Espaço de Empreendedorismo Inclusivo, que trouxe produtos desenvolvidos por mães de pessoas com deficiência e neurodivergentes.

“Ser mãe atípica e empreendedora é um grande desafio, mas quando você encontra apoio, tudo se torna mais possível. É desafiador você encontrar o equilíbrio entre cuidar de uma criança neurodivergente e ainda criar tempo para empreender, mas quando você tem uma rede de apoio tudo fica mais fácil”, conta a empreendedora Regina Cândido, uma das mães atípicas que participaram da feira.

A feira também deu visibilidade ao espaço Mundo Amazônia, que reuniu o trabalho dos Povos e Comunidades Tradicionais da Amazônia, com a participação de indígenas das etnias Warao, Kaiapó, Ticuna, Assurini, Xicrin, Xipaya, Parakanã, Arara e Galibi-Marworno. Pela primeira vez na FAC, a artesã indígena Naiá Anambé, da etnia Anambé, esteve na feira representando toda a comunidade, cuja aldeia fica no município de Moju, no Baixo Tocantins.

“Trouxemos para Belém colares, pulseiras e outros objetos produzidos com sementes e materiais da nossa floresta. Cada peça carrega a força do nosso território, como esse colar da cobra, feito com ossos de animais que ficaram após as queimadas do ano passado. Estamos reaproveitando o que sobrou da dor, transformando em arte e em força para seguir”, contou a artesã, ao relembrar que a aldeia foi atingida por um incêndio.

Público cantou e dançou durante os sete dias da FAC Musical. Foto: Carlos Borges.

Com 14 atrações musicais locais nos sete dias de evento, o projeto FAC Musical garantiu entretenimento diário ao público, reunindo no palco montado na área externa artistas como Banda Sayonara, Arthur Spíndola, Markinho Duran, Maria Lu, Rayssa Abraão e Grupo Irreverência.

Para os expositores, o evento foi uma oportunidade de reconhecimento e crescimento, especialmente no ano em que Belém receberá a COP 30, em Novembro. “Participo desde a primeira edição e cada ano é uma emoção nova. A FAC é o resultado de um trabalho feito com amor, e ver tanta gente valorizando o artesanato paraense é gratificante”, afirmou o artesão Josias Plácido Silva, que trabalha com miriti, em Abaetetuba.

A FAC 2025 contou com o apoio do Governo do Pará , por meio das secretarias Secult, SEPI, Semas e Sespa, além da Polícia Militar , e da Prefeitura de Belém, por meio da Vigilância Sanitária, além da Universidade Federal do Pará (UFPA)

  • COP 30
  • cultura empreendedora
  • Empreendedorismo
  • FAC 2025