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Engenheiros paraenses transformam biodiversidade amazônica em negócio de impacto

Marca Indiazinha comercializa caipirinhas e cachaças artesanais, que são comercializadas dentro e fora do estado
Por Da Redação
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Desde a juventude, os empreendedores Omilton Quaresma e Robert Campos compartilhavam um mesmo sonho: criar uma indústria na Amazônia que respeitasse o meio ambiente e valorizasse os saberes locais. A ideia nasceu nos corredores da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde se formaram engenheiros químicos. Ganhou força com histórias de infância que já anunciavam o espírito empreendedor dos dois: Omilton ajudava na mercearia da família, em Abaetetuba, e Robert acompanhava os pais na roça, em São Francisco do Pará.

Hoje, à frente da Destilaria de Bebidas da Amazônia, localizada em Abaetetuba, eles comandam um negócio que alia inovação, sustentabilidade e valorização da identidade amazônica. “Quando idealizamos a destilaria já pensávamos em ser inovadores, utilizando os bioativos da Amazônia em nossas bebidas, tais como jambu, açaí e guaraná, nos diferenciando automaticamente de outras indústrias de bebidas do Brasil e exterior”, relembra Omilton.

Criada há nove anos, a empresa surgiu como resposta a um modelo econômico baseado na exportação de matéria-prima sem valor agregado. A destilaria nasceu com responsabilidade socioambiental no DNA. A fábrica segue normas ambientais, emprega majoritariamente mulheres da zona rural e incentiva agricultores familiares a produzirem jambu com práticas sustentáveis.

A operação limpa e alinhada à legislação já contribui para a preservação de mais de 500 hectares de floresta nativa. “Desde o início, nossa fábrica segue toda a legislação ambiental, emprega majoritariamente mulheres da área rural no entorno da fazenda e incentiva agricultores familiares a cultivarem jambu com responsabilidade ambiental. Além disso, temos um corpo técnico fluente em inglês para melhor atender os turistas”, destaca Omilton.

Cachaças, licores e caipirinhas da marca. Foto: Arquivo Pessoal. 

Atualmente com as marcas Indiazinha e Almazônia, os produtos da empresa carregam a essência do território. “Nossas marcas refletem a história do nosso povo. Têm raízes, têm respeito às tradições e qualidade única”, diz Robert. Para a COP30, eles planejam abrir uma loja conceito no novo Mercado de São Brás, em Belém, onde os visitantes poderão experimentar os sabores da Amazônia e conhecer a história por trás de cada garrafa.

Com apoio estratégico do Sebrae, os empreendedores participam de feiras e eventos nacionais e agora projetam expansão com a chegada da COP30. Os produtos também podem ser encontrados em bares, casas de show, e pubs da cidade. “O Sebrae é um parceiro importante, com quem mantemos uma relação próxima e participativa. Queremos continuar lado a lado, marcando presença em eventos como a COP e nas mídias parceiras, pois temos uma história real e inspiradora a contar”, afirma Omilton.

Mais do que bebidas, Omilton e Robert entregam uma história de resistência, pertencimento e autenticidade. “Esperamos mais visibilidade, mais pessoas impactadas pela nossa marca e, claro, geração de negócios e novos contatos que nos levem ainda mais longe”, finaliza Robert.

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