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Artesão paraense transforma fibras amazônicas em arte e papel

André Teixeira trabalha com matéria-prima extraída da natureza e faz artigos como blocos de papel e quadros decorativos
Por Bruno Magno
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Com mais de 25 anos de experiência na arte do papel artesanal, o artesão paraense André Teixeira, da marca CriArt (Criação, Arte e Sustentabilidade), é um dos destaques da Feira de Artesanato do Círio 2025 (FAC). Ele apresenta ao público um trabalho inovador que une sustentabilidade, reaproveitamento de resíduos e muita criatividade.

“Nós trabalhamos desde a reciclagem do papel até o beneficiamento das fibras, que é a mistura da fibra com o papel. Então, nós produzimos tudo com um papel especial, que é um papel de fibra, que pode ser extraído de várias árvores e plantas encontradas na cidade”, explica ele.

Na CriArt, André produz papéis especiais feitos à mão, a partir de fibras vegetais amazônicas como o curauá, bananeira, bagaço da cana, abacaxizeiro e até da vassoura do açaí.

Artesão aposta na sustentabilidade para produzir peças. Foto: Jader Paes.

Algumas das matérias-primas são cultivadas por ele mesmo, como os pés de curauá, que são plantados no quintal da casa dele, em Belém. Já outras são coletadas em feiras da capital paraense e após o descarte natural de frutas e vegetais, uma parceria com feirantes da capital. “Tudo que seria lixo orgânico pode virar arte e funcionalidade, e nós somos a prova viva disso. A sustentabilidade está desde o início do processo do nosso trabalho até o produto final”, afirma o artesão.

O resultado desse processo são folhas únicas de papel artesanal que servem como base para encadernações, embalagens ecológicas, luminárias, cartões de visita, cadernos de anotações, quadros decorativos e brindes personalizados. A CriArt também utiliza a técnica da cartonagem, ampliando ainda mais as possibilidades criativas e sustentáveis do seu portfólio. Hoje, a marca também trabalha com peças por encomenda.

“Hoje temos a opção de levar nossa arte para clientes e empresas, como por exemplo, para criação de brindes personalizados para eventos de economia criativa, sustentabilidade, porque entendemos que o futuro será esse”, observa.

Participando pela terceira vez da FAC, André destaca a importância do evento para a valorização do trabalho artesanal. “Essa feira ajuda muito. Além da visibilidade, tem o lado financeiro, claro, mas é também o reconhecimento. Quando alguém leva uma peça minha pra outro estado, é como se eu também viajasse junto”, finaliza ele.

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