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Marcelo Vaz trabalha a representatividade da fauna amazônica em peças modernas e inovadoras
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Conhecido como “isopor da Amazônia”, o miriti está presente na Feira de Artesanato do Círio (FAC) desde a primeira edição, em 2012. Dos brinquedos coloridos às peças de decoração, o público que visitar a FAC 2024, no estacionamento do Parque Porto Futuro, em Belém, pode conferir variados produtos desse artesanato rico em detalhes, esculpido à mão pelos artesãos, mas também acompanhar a evolução das peças.

O miriti tem grande versatilidade, pois resultado em materiais resistentes, sustentáveis, naturalmente maleáveis e que se adaptam facilmente a diversos usos. Ele é matéria-prima para a confecção de brinquedos e itens de decoração, por exemplo, que são encontrados facilmente em vários estandes da FAC 2024.

“Os artigos em miriti já fazem parte da do nosso imaginário, não é? Impossível não visitar a feira e levar um brinquedo para as crianças ou uma peça para decorar a nossa casa, é a nossa cultura paraense”, disse o autônomo Messias Oliveira, que visitou a feira nesta segunda-feira (14).

Brinquedos

Conhecida também como buriti, buri, carandaí-guaçu ou muriti, o vegetal é chamado por algumas comunidades indígenas tradicionais de “árvore da vida”, e é muito comum na região amazônica, especialmente no município de Abaetetuba, nordeste paraense, que possui tradição nesse artesanato.

A artesã Selma Ferreira, expositora da FAC, conta que aprendeu o ofício ainda criança com o pai, na produção de brinquedos de miriti, o que representa uma primeira fase na linha do tempo desse tipo de artesanato. Ela ficava responsável por fazer os acabamentos das peças de miriti como canoas, barcos, e animais da fauna amazônica, que são constantemente retratados nos primeiros trabalhos com miriti e viraram símbolo da cultura paraense, principalmente na época do Círio de Nazaré.

Essa história começou há 16 anos, quando tive o intuito de ajudar meu pai no trabalho dele, que me ensinou toda a técnica, então, meu pai faleceu há três anos e prometi continuar com essa tradição criada por ele, que são os brinquedos de miriti como barcos, pássaros e pessoas. São produtos que vendem bastante e já representam a cultura paraense e tenho muito orgulho disso

Selma Ferreira – artesã

Modernidade

Dos brinquedos de miriti às peças decorativas e utilitários, hoje o artesanato em miriti ganhou um novo fôlego com peças modernas, voltadas para todos os ambientes. Expositor da FAC, o artesão Marcelo Vaz conta que todas as partes do miriti podem ser aproveitadas e utilizadas de maneira sustentável, e grande parte desse uso requer apenas o manejo sustentável, não sendo necessário o corte da árvore. Por exemplo, a tala do miriti é utilizada na confecção do paneiro e do tipiti. Já a bucha, é a responsável pelas peças de artesanato.

“Já trabalho com miriti há 20 anos, mas exatamente há cinco comecei a pensar em peças diferentes. Sempre olhei para o artesanato, mas também pensando em tudo que a palmeira pode oferecer. Então, quando vou desenhar algo, já avalio a resistência, a estética, e tudo que podemos aplicar na peça”, completa ele.

Para a FAC 2024, o artesão trouxe peças da temática “Amazônia em festa”, com representações de animais, plantas, culinária, e o povo amazônico, que também fazem parte de um projeto do empreendedor. Os itens representam a nova fase do artesanato em miriti, com um olhar contemporâneo.

“São peças que transmitem todo o universo da Amazônia, a música, culinária, a biodiversidade, as peças, são coisas que faço questão de colocar no meu trabalho, essa festa que é a Amazônia. Algumas pessoas se surpreendem e perguntam o que quero passar nas peças, pois algumas não são óbvias, então respondo que são frutos da minha imaginação, até onde a arte pode nos levar. Então, se elas são encantadas, vão ser diferentes aos olhos que a gente vê na vida real”, explica Marcelo Vaz, CEO da marca Di Miriti.

Toda a variedade do artesanato em miriti pode ser visitada gratuitamente até quarta-feira (16), dentro da FAC, das 10h às 22h, no estacionamento do Parque Urbano Porto Futuro, em Belém.

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