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A rica diversidade do artesanato e da moda marajoara é uma das atrações da Feira de Artesanato do Círio 2025 (FAC), que segue até esta quarta-feira (15), no estacionamento do Parque Urbano Porto Futuro, em Belém, com entrada franca.
Preservar a memória ancestral e transformar a natureza em arte é a missão da M’barayó Cerâmica, empreendimento liderado por Maria Rita Telles do Nascimento, moradora de Soure, na Ilha do Marajó. À frente da marca, Maria dá continuidade ao trabalho iniciado por seu sogro, descendente de uma antiga tribo indígena chamada Daruan, que migrou dos Andes peruanos fugindo da escravidão e da ocupação espanhola.
“A cerâmica da Membaraió carrega essa herança cultural em cada peça. As obras são 100% artesanais e sustentáveis, produzidas com matéria-prima retirada da natureza, como a argila, além de tintas e ferramentas naturais. A produção é feita no próprio ateliê da nossa família, em Soure”, conta ela.
No estande da marca, é possível encontrar utensílios de cozinha, copos e defumadores, este último, o item mais procurado pelos visitantes. O defumador marajoara, explica Maria Rita, é inspirado nos antigos rituais de purificação. “Ele tem um furinho atrás, onde colocamos o palito de incenso. A fumaça sai pelos olhos e pela boca, purificando o ambiente”, conta.
Moda autoral
Com cores, texturas e símbolos que traduzem o espírito marajoara, o Polo de Moda do Marajó, projeto desenvolvido pelo Sebrae no Pará, em parceria com o Senai e Governo do Pará, também faz bastante sucesso entre o público da feira.
Por lá, é possível encontrar roupas e acessórios das marcas que integram a iniciativa, representando 43 mulheres empreendedoras da região. Além das roupas, o público encontra também biojoias e cerâmicas produzidas artesanalmente por empreendedoras do próprio polo.
À frente do grupo durante a FAC 2025, a empreendedora Eli do Socorro Teixeira representa o coletivo que vem transformando a moda local em instrumento de geração de renda, valorização cultural e sustentabilidade.
“Todas as peças são confeccionadas por mulheres do Polo de Moda, em um trabalho coletivo e colaborativo. Então, o projeto busca fortalecer a economia criativa e sustentável do município, promovendo o empreendedorismo feminino e o aproveitamento de materiais locais”, explica ela.
