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Artesanato celebra tradição familiar e ganha novos contornos

Conheça histórias empreendedores que transformaram o saber herdado da família em arte e negócio
Por Da Redação
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A artesã Carmem Costa leva à Feira de Artesanato do Círio 2025 (FAC) a força da tradição familiar. Com mãos habilidosas, Carmem cresceu em um ambiente onde o trabalho manual era parte da rotina, aprendido com a mãe e avó, que ensinavam não apenas as técnicas, mas o valor simbólico de cada peça produzida.

“Eu aprendi com a minha mãe, que aprendeu com a mãe dela. Hoje, minha filha também me ajuda. É uma tradição que passa de mãe pra filha, e que eu faço questão de manter viva, com muito orgulho”, conta a empreendedora.

Hoje, ela transforma tecidos, linhas e cores em objetos cheios de identidade regional, unindo memória afetiva, cultura e design popular. Suas criações transitam entre utilitários e peças decorativas que carregam traços da cultura amazônica e da religiosidade típica do Círio de Nazaré, grande inspiração de seu trabalho.

Mais que empreender, Carmem honra suas raízes e envolve sua própria família na produção, fortalecendo um ciclo de saberes que atravessa gerações. “Cada peça tem uma história, uma lembrança da minha infância. Sigo os passos da minha mãe e ensino aos meus filhos o valor de manter viva nossa cultura”, conta a artesã.

O ofício de artesã representa não só o reconhecimento de seu talento, mas também a valorização de saberes tradicionais que resistem ao tempo e seguem encantando o público com beleza, originalidade e afeto.

Rômulo Souza transformou herança artesanal em uma marca sólida. Foto: Relry Aviz.

De pai para filho

Com 37 anos de tradição na arte em chifre, a família Souza transforma a herança artesanal em uma marca sólida: a Souza Biojoia – Arte em Chifre, Fundada pelo artesão Tarcísio Dias, cearense radicado em Belém, a marca hoje é comandada por seu filho, Rômulo Souza, que aprendeu o ofício desde criança, e já repassa os ensinamentos ao próprio filho de 12 anos.

“Todo o conhecimento que meu pai tem, ele sempre compartilhou com a gente. Desde pequeno, ele me ensinou com paciência e orgulho. Hoje trabalhamos juntos e o mais bonito disso tudo é manter a família unida através da arte”, afirma Rômulo.

A Souza Biojoia produz peças inteiramente manuais, com reaproveitamento de materiais como chifre de búfalo e boi, madeira, sementes da Amazônia e até flores da castanha-do-pará. Cada item, como anéis, colares, brincos, braceletes e até murais com folhas esculpidas, leva em média cinco horas para ser confeccionado.

Mais do que um negócio, a marca representa um ciclo sustentável e afetivo. “Nada se perde. Tudo é transformado com as nossas mãos. É uma arte que carrega história, respeito pela natureza e muito amor pela família”, conclui o artesão.

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