As oportunidades para os pequenos negócios paraenses, a partir da realização da COP 30 em Belém, foram temas do painel “Economia circular na Amazônia: experiências locais, regionais e Agenda ESG na gestão de resíduos”, que o Sebrae/PA participou nesta quinta-feira (24), durante a primeira edição dos Climate Talks 2025 – Diálogos Climáticos Brasil-Alemanha.
O evento foi uma iniciativa da Embaixada da Alemanha no Brasil, com apoio do Governo do Pará, Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), e Sebrae/PA. O objetivo foi discutir os impactos ambientais e as oportunidades que a economia circular oferece como estratégia de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, especialmente em contextos urbanos como o de Belém.
“O Sebrae no Pará tem trabalhado principalmente enxergando a possibilidade de transformar essas pessoas que muitas vezes estão trabalhando a margem de qualquer tipo de processo, que elas se enxerguem como empreendedores. Por exemplo, ontem tivemos o lançamento do projeto Sebrae Pró-Catadores, parceria da Prefeitura de Belém com o Governo Federal, que vai capacitar e dar oportunidades para catadores de recicláveis, então essa é uma das iniciativas que destacamos no Climate Talks”, disse o diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, destacando que o Sebrae/PA está presente nos 144 municípios paraenses, por meio de 13 agências regionais e salas do empreendedor.
Ainda na oportunidade, o diretor superintendente do Sebrae/PA destacou a preparação dos pequenos negócios para a COP 30 no sentido da criação de estratégias para impulsionar cadeias produtivas resilientes e alinhadas à adaptação climática, além de iniciativas de inclusão social e econômica que visam fortalecer a governança e a liderança do estado na agenda global de sustentabilidade.
“Há três anos estamos trabalhando fortemente para a COP30, dessa forma, só para se ter uma ideia, nós já temos quase 20 mil pessoas capacitadas, só para os eixos da COP 30. Então, a nossa ideia é transformar o Pará uma entrada importante para a Amazônia, mas para isso, precisamos preparar esses pequenos negócios. As pessoas que vão pra uma COP, discutem sobre o clima, vão pra falar de biodiversidade e, certamente, o centro de tudo isso muitas vezes é a Amazônia”, completou Rubens Magno.

O painel contou ainda com os empreendedores Bruna Freitas, da Yara Couro, Francisco Samonek, da Seringô, Poliana Bernardes, assessora da Prefeitura de Belém, e teve a moderação do secretário adjunto da Semas, Rodolpho Bastos.
“A ideia da economia circular é que nós não descartemos, que possamos ter mecanismo de reuso, de reutilização ou de reciclagem do produto para uma nova utilização, gerando, então menos desperdício, menos impacto ambiental, menos uso de recurso natural”, pontuou Rodolpho Bastos.
A conferência reuniu representantes do Brasil e Alemanha, além de especialistas, representantes de comunidades locais, setor privado, sociedade civil e pesquisadores. “Temos muito orgulho de sermos parceiros do Brasil no financiamento climático, temos projetos importantes aqui como o Fundo Amazônia, por exemplo. Além disso, somos os maiores financiadores climáticos do planeta, só em 2022, por exemplo, investimos 2,8 bilhões de euros em projetos ao redor do mundo”, ressaltou a embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, que participou do painel. Ela visitou Belém pela primeira vez e desejou sucesso para realização da COP 30, em novembro.
Entre os temas em debate estiveram os principais obstáculos enfrentados por governos e empresas na gestão de resíduos, soluções já existentes, formas de colaboração entre esferas locais e globais e o papel estratégico da economia circular.