O auditório da Casa Brasil recebeu o público da COP30 para o painel “Amazônia conectada: startups, sustentabilidade e novo turismo”, tema que une o futuro da Amazônia à inovação e mostra como a tecnologia, o empreendedorismo e o turismo sustentável podem caminhar juntos respeitando a floresta e valorizando as comunidades locais. Para a conversa deste domingo (16), foram convidados os CEOs da Zarpa Tecnologia e fundadores da Hunter Conexões Inteligentes, Alexandre Braga e Bruno Silva; o gestor estadual de Turismo do Sebrae Pará, Péricles Carvalho, e, como mediadora, Bruna Siqueira, gerente de Soluções do Sebrae Pará.
Antes mesmo da realização da COP30 em Belém, o Sebrae Pará já vinha trabalhando rotas turísticas como um processo de preparação para o evento, chegando a um total de 11, desenvolvidas em 18 municípios do Estado reunindo mais de 98 atrativos diferentes, com mais de 200 empreendimentos desenvolvidos em torno delas.
Com foco nessas informações, os representantes da Zarpa Tecnologia, dedicada à mobilidade urbana e soluções tecnológicas sustentáveis para a Amazônia, buscaram no Sebrae/PA uma parceria para implementar o aplicativo que leva o mesmo nome da empresa. “A gente viu uma oportunidade de trazer a tecnologia aliada à Amazônia e essa sustentabilidade. O Zarpa vem para criar uma mobilidade fluvial automática, digital e sustentável, permitindo controlar o fluxo de pessoas e monitorar as embarcações que fazem essas rotas, além de estratificar dados que podem ser usados para sustentabilidade na Amazônia”, explicou Alexandre Braga.

De acordo com o CEO da Hunter, em dados de 2017, os últimos coletados nesse segmento, o Brasil tem uma malha hidrográfica navegável de mais de 42 km de rios por meio dos quais são transportadas entre 9 e 12 milhões de pessoas. Trazendo essa projeção para a realidade do Pará, Alexandre e Bruno perceberam um nicho a ser explorado. “Nós temos aqui um potencial turístico muito grande, tanto em termos de turistas que vêm de fora como internos. Mas, ainda temos alguns gargalos que impedem a melhoria do serviço de transporte por barcos para muitos desses locais, como a Ilha do Combu, por exemplo, que foi o nosso primeiro foco”, argumentou.
Entre os avanços possíveis com a implantação do aplicativo Zarpa estão a emissão de tickets digitais em substituição aos de papel, a compra remota das passagens sem a necessidade da espera em filas, a possibilidade do passageiro decidir qual o seu destino – em que estabelecimento deseja ficar -, monitorar a lotação das lanchas, bem como a quantidade de pessoas que fazem essa travessia mensal, diária e semanalmente, para entender qual a capacidade sustentável da ilha, entre outros benefícios.
“Esse é o tipo de solução acessível, útil e que envolve a comunidade como um todo. O que nós estamos fazendo agora junto com eles é capacitar, é mostrar para os barqueiros o quão importante é para a atividade deles e para os clientes deles esse tipo de de aplicativo, de tecnologia, que vai facilitar esse fluxo fluvial aqui em Belém. E não é só turismo que se beneficia disso. Na parte fluvial, por exemplo, você tem alunos que precisam se deslocar todos os dias pelo rio. Então, é importante que a gente busque solução para todos os atores envolvidos nesse processo”, reforçou Péricles Carvalho.

