Francine Serra é uma apaixonada por artesanato e pela fé dos romeiros de Nossa Senhora de Nazaré. Foi a partir disso que ela teve a ideia de utilizar as suas habilidades e da mãe para eternizar momentos de fé por meio de bonecos de tecido, num trabalho realizado em família.
“É um trabalho exclusivo e autoral para Feira do Círio, sempre trazendo todos os anos novidades. Nós já estamos na FAC há 12 anos, quem participa da FAC sou eu, minha mãe. Ela faz a parte da costura, eu faço a parte do acabamento. E eu costumo falar que esse trabalho ele é tão realmente feito para FAC”, explica Francione, revelando ainda que o primeiro trabalho veio de um sonho. Além da mãe, o restante de sua família também vive do artesanato. “Meu pai faz a parte das entregas e das vendas. A minha irmã é formada hoje graças ao artesanato”, complementa.
A escolha pelos bonecos surgiu a partir de um sonho. “Eu sonhei que tinha uma boneca segurando uma filha no ombro. E quando eu acordei, eu já tinha toda a imagem da boneca”, relembra Francione. E foi com essa peça que ela passou pela primeira vez na curadoria da FAC, há 12 anos. “Era a boneca grande com 30 centímetros, levando a anjinha”, detalha. Na edição deste ano da feira, ela trouxe algumas unidades dessa peça para vender e, mais uma vez, foi sucesso de vendas. “Nós que já construímos a nossa casa, graças à Feira do Círio”
O diferencial dos bonecos é o realismo das cenas do Círio retratadas em suas criações. Cuidados vistos em cada detalhe: nas blusas dos bonecos, os terços e fitas que eles carregam em suas mãos e, como não poderia faltar, a berlinda. A vendedora de terço é uma novidade este ano e também foi sucesso absoluto.
“Aí, nós fomos procurar o terço que vem com a (imagem de) Nossa Senhora de Nazaré, para deixar ela mais”, reforça. Os terços são montados um a um por Francione, que também pinta os detalhes dos bonecos. Além, dos bonecos do Círio, ela trabalha bonecos típicos da cultura paraense, como as dançarinas de carimbó, que seguram a cuia de açaí com farinha de tapioca ou a cuia de tacacá, por exemplo.
Para expor seus produtos na FAC, ela e sua mãe começam a trabalhar desde janeiro e as primeiras peças começam a ser vendidas no mês de agosto. “Eu digo que o crescer do ateliê no Instagram, eu devo muito ao Sebrae. Eu falo que o Sebrae foi o começo de tudo. Até para eu me formalizar, os cursos que eu fiz no Sebrae”, diz. “Não é porque nós estamos há 12 anos que nós não temos que trazer novidade para a FAC. Todo ano vem um trabalho diferente, para manter a qualidade ou melhorar a qualidade do produto”, conclui.