Em meio à diversidade de cores, saberes e tradições na Feira de Artesanato do Círio 2025 (FAC), a artesã Marinete Silva, do município de Tailândia, apresenta um trabalho que une sustentabilidade, arte e história. Ela trabalha com peças de artesanato produzidas a partir de serragem reaproveitada e sementes da floresta. Pela terceira vez da FAC, ela celebra o espaço como uma vitrine transformadora para sua arte e trajetória empreendedora.
“É a terceira vez que sou selecionada pela curadoria da FAC e a cada ano é uma sensação diferente porque é uma feira grandiosa e nós temos uma grande visibilidade. Este ano eu trouxe umas peças novas, feitas por mim, e que foram pensadas de maneira sustentável”, conta Marinete.

A matéria-prima da artesã vem da serragem descartada por marcenarias e movelarias locais, que Marinete transforma em peças artísticas, como terços, artigos religiosos e esculturas inspiradas na natureza amazônica, como a vitória-régia moldada com folhas de tajá do mato. As peças carregam não só valor estético, mas também ambiental, ao reutilizar resíduos que seriam descartados.
Além da serragem, Marinete também trabalha com sementes amazônicas como jarina, murumuru, jupati, caranã e olho de boi, adquiridas de coletores da região de Tailândia. “Nós compramos das pessoas que vivem do extrativismo no nosso município. É uma renda que circula entre os artesãos, então um ajuda o outro e todos ganham com isso”, explica.
A produção envolve toda a família e gera renda de forma sustentável. Com o apoio do Sebrae/PA, que promove a inclusão de artesãos de diferentes regiões do estado, Marinete fortaleceu sua marca e passou a participar de curadorias e eventos de grande visibilidade, como a FAC. “Hoje, meu trabalho é reconhecido. Isso me dá força para continuar, melhorar e inovar. Fazer parte dessa família que é o Sebrae/PA é uma conquista”, finaliza.