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Com apoio do Sebrae, indígenas Warao assinam parceria com ONG de Abaetetuba para retirada de buriti

Matéria-prima será utilizada para produção de peças de artesanato dos indígenas refugiados em Belém
Por Bruno Magno
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Após uma articulação da equipe técnica do Sebrae no Pará, indígenas da etnia Warao fecharam parceria com a ONG Mirititong, de Abaetetuba, para retirada da palma do buriti na comunidade de Tauerá. Os indígenas trabalham com peças artesanais feitas a partir do fruto, mas precisavam de um fornecedor de matéria-prima local.

“Esse é mais um fruto de uma parceria entre o Sebrae no Pará e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) para capacitar e incluir os indígenas venezuelanos da etnia Warao em atividades empreendedoras. Eles precisavam retirar a matéria-prima para produzirem suas peças o Sebrae proporcionou essa parceria com a ONG”, explica Luciano Andrade, analista técnico do Sebrae no Pará.

A partir de agora, utilizando seus conhecimentos ancestrais, os indígenas irão para o município extrair a palma do buruti, utilizada para confecção de suas peças artesanais. A primeira coleta do material ocorreu na semana passada. Isso deve facilitar o trabalho da comunidade, que antes dependia do envio de matéria-prima da Venezuela, em alguns casos.

Indígenas Warao vão extrair matéria-prima de buritizeiros de Abaetetuba. Foto: Arquivo pessoal.

Parceria 

Com foco no empreendedorismo e na inclusão produtiva de refugiados indígenas da etnia Warao, o Sebrae no Pará e o ACNUR no Brasil, firmaram o acordo de cooperação em junho deste ano, em Belém.

De forma prática, a parceria de três anos prevê ações de capacitação empreendedora para os indígenas, com foco na geração de renda, valorização de saberes tradicionais e fortalecimento da autonomia econômica dos refugiados, que tem origem na Venezuela.

“A parceria entre o ACNUR e o Sebrae no Pará é um exemplo inspirador de como a articulação interinstitucional pode gerar impacto concreto na vida de pessoas refugiadas. A iniciativa de capacitação das artesãs Warao, somada ao apoio para o acesso sustentável à matéria-prima por meio de cooperativas locais, fortalece a cadeia produtiva do artesanato e abre caminhos para geração de renda e inclusão socioeconômica”, destaca Janaina Galvão, chefe do escritório do ACNUR em Belém.

Em agosto deste ano, 16 mulheres indígenas da etnia Warao, refugiadas da Venezuela e residentes em Belém, receberam certificação do Sebrae/PA após concluírem uma capacitação em empreendedorismo. A entrega dos certificados foi realizada no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), no distrito de Outeiro, e marcou a finalização da primeira etapa do projeto voltado à inclusão produtiva e valorização dos saberes tradicionais. Foi a primeira turma formada após o acordo.

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