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Tradição de família vira ideia de negócio para empreendedor da região Xingu

Conheça a história de Elias Moraes, que produz chocolate e cacau sem aditivos químicos em Porto de Moz
Por Da Redação
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Um hobby familiar que se transformou em uma ideia de negócio rentável. Assim, em Porto de Moz, no sudoeste paraense, surgiu a empresa Cacau Sonho Verde, do empreendedor Elias Moraes. O empresário, que atua no ramo do chocolate e cacau há três anos, conta que tinha vontade de abrir um negócio próprio e despertou para prática de produzir chocolate com pilão que fazia em família.

“Esse trabalho com chocolate caseiro me despertou para o empreendedorismo, percebi que era algo que eu poderia desenvolver”, pontua. Graduado em Filosofia e com mestrado na mesma área, ele fez curso de chocomaker para se aprimorar. Durante o período da pandemia, Elias começou a estudar sobre o segmento e descobriu maneiras de levar a ideia de empreender adiante.

“Em 2020, descobri que existem máquinas portáteis e que era possível montar uma fábrica artesanal. Comecei a me programar para comprar minha primeira máquina”, pontuou o empresário. Hoje, a Cacau Sonho Verde, localizada no município de Porto de Moz, produz chocolates variados, incluindo opções de chocolate intenso de 81% e 70%, sabores como cumaru, versões sem lactose, além de inovações como o cupulate e o cajulate. “O cupulate é um produto diferenciado, um chocolate feito com a amêndoa do cupuaçu. Também temos o cajulate, feito com manteiga de cacau e castanha de caju”, conta ele.

O empresário destaca o diferencial do produto, afirmando que a Cacau Sonho Verde trabalha sem ultraprocessados e similares, com objetivo de preservar a naturalidade do alimento. “Não usamos aditivos químicos, nossos produtos são naturais. Quero ajudar a manter a floresta em pé e contribuir para melhorar a vida dos agricultores familiares, que são nossos parceiros”, ressalta.
Elias já levou os produtos da Cacau Sonho Verde para feiras e eventos. Esse ano, por exemplo, participou de iniciativas como a Feira do Cacau e do Chocolate Amazônia Flor Pará, em Belém, e, também, do Chocolat Xingu 2025, em Altamira.

Elias Moraes apostou no cacau do Xingu para transformar a realidade. Foto: Arquivo pessoal.

Desafios

Entre os desafios enfrentados pelo negócio estão a logística e a fragilidade do produto artesanal. O escoamento dos produtos para chegar e sair do município é predominantemente fluvial, o que por vezes dificulta o acesso e a distribuição.

“O chocolate é um produto sensível ao calor, o artesanal, então, tem uma fragilidade maior”, explica ele, pontuando que essas questões elevam a dificuldade do trabalho longe dos centros urbanos.

Outra questão que Elias destaca são as parcerias para pontos de venda. “Existe uma dificuldade, pois nem todo espaço é adequado para trabalhar com chocolate artesanal. As pessoas estão muito acostumadas com o industrializado, isso acaba sendo uma das dificuldades”, conta.

Para superar os desafios, o empreendedor busca capacitação constantemente e recorre ao Sebrae para aprimorar os negócios. Ele já participou de capacitações promovidas pela instituição em temáticas como marketing, empreendedorismo e precificação. Além disso, se formalizou por meio do Sebrae, na Sala do Empreendedor do município. “Procurei o Sebrae para fazer o registro de marca e sigo querendo me capacitar, tenho interesse em muitos temas. Além disso, pretendo aprimorar o visual da empresa”, afirma.

Entre os planos para o futuro, o empreendedor pretende mudar a empresa para um espaço maior até o final do ano. Além disso, tem como meta levar os produtos para outras regiões do país e ser reconhecido pelo trabalho sustentável, ajudando a manter a floresta em pé. “O apoio do Sebrae é fundamental para dar segurança, formação e orientação aos empreendedores. É como alguém que estende a mão para ajudar no crescimento e organizando dando base para caminhar firme”, finaliza.

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