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Resíduos têxteis se transformam em matéria-prima para placas decorativas e outras aplicações

Durante a Semana do MEI do Sebrae/PA, serão arrecadadas roupas usadas que serão entregues à startup TexBi, para a produção da biomassa que é a base dessa matéria-prima
Por Da Redação
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O mundo da moda sempre fez parte da vida da modelo e empresária Beatriz Ornela, de 24 anos e de sua mãe, Cleide Ornela. Por isso, elas resolveram encarar de frente um dos grandes desafios causados pela indústria têxtil: o que fazer com tecidos e roupas usadas ao fim de seu ciclo útil? Foi então que surgiu a ideia de criar a TexBi, uma startup criada para transformar os resíduos têxteis em uma biomassa que pode ser utilizada em diversas aplicações, como revestimento decorativo de parede e até isolamento térmico ou acústico.

Vale lembrar que apenas 1% das fibras têxteis usadas na produção de roupas são recicladas ou destinadas para a produção de novas peças, segundo o relatório “A New Textiles Economy” (em tradução livre, “Uma Nova Indústria Têxtil”), produzido pela Fundação Ellen MacArthur, instituição global que incentiva a sustentabilidade no planeta.

A TexBi já é o segundo empreendimento voltado à moda circular administrado por mãe e filha. O primeiro foi a Combinô (www.combino.com.br), uma plataforma digital colaborativa, criada ano passado com o apoio do Sebrae/PA, para incentivar a comercialização e reutilização de peças femininas.

A startup TexBi receberá os resíduos têxteis doados às cooperativas do Projeto Pró-Catadores, do Sebrae/PA – Foto: Carlos Borges

“A Combinô surgiu como uma startup de moda circular, onde a gente vai dar rentabilidade às pessoas que colocam peças dentro da plataforma, sejam pessoas comuns, criadores ou até mesmo grandes marcas. E a TexBi surgiu quando percebemos que muitas dessas peças não poderiam ser vendidas, alugadas ou doadas”, relata a CEO da Combinô e CMO (gestora de marketing) da TexBi, Beatriz Ornela.

“Nós desenvolvemos uma placa têxtil, que é uma biomassa têxtil. Na TexBi, a gente faz o processamento dos resíduos têxteis, inclusive dos que a gente está recebendo aqui na Semana do MEI do Sebrae”, explica Beatriz. “Nós desenvolvemos uma cola ecológica própria para fazer o ligamento desses resíduos têxteis, a gente faz a prensagem e cria a biomassa têxtil. Essa biomassa pode ser utilizada em revestimento de parede, pode substituir até mesmo materiais poluentes, como o MDF, o plástico, e agora a gente também está em estudo científico para comprovar o isolamento acústico e o isolamento térmico”, complementa.

Durante a Semana do MEI, as 12 cooperativas atendidas pelo Projeto Pró-Catadores do Sebrae no Pará estão arrecadando todo tipo de resíduos sólido para dar a destinação correta. No caso de roupas e retalhos de tecidos serão destinadas à startup TexBi. O material pode ser entregue no espaço MEI Sustentável, até as 18 horas dessa sexta-feira (30), na sede do Sebrae, em Belém, localizada na Rua Municipalidade, 1461.

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