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Fotos: Carlos Borges
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O açaí é uma fruta que alimenta o povo da Amazônia e que compõe versos de músicas regionais icônicas. É também a fruta que inspira e serve de matéria-prima para as joias produzidas e comercializadas pela Brilho da Mata Joalheria, da designer e arquiteta belenense Joyce Silva, de 27 anos.

Se a criatividade sempre foi uma constante em sua vida profissional e pessoal, por que não aproveitá-la para transformar produtos como açaí, farinha de mandioca fina, nibes de cacau, casca de coco, ouriço de castanha, aparas de madeiras nobres e até pó de pedras preciosas em joias, valorizando-as ainda mais? Com esses materiais, Joyce dá novas cores e texturas às peças produzidas em seu ateliê, do qual tem seu marido como sócio.

Pingente finalizado com nibes de cacau (parte interna) e farinha de mandioca (na borda) | Foto: Carlos Borges

Joyce entrou no mundo das joias quando foi admitida em um empreendimento que funcionava no Polo Joalheiro, na área central da capital. Esse contato, aliado à sua paixão pela arquitetura da cidade, a impulsionou a iniciar sua própria trajetória como empreendedora. “Aí, meio que expandiu na minha mente a questão tanto arquitetônica, quanto cultural e tudo mais da nossa região, voltada para a parte da joia. Também conheci meu marido, que é designer e trabalhava no Polo Joalheiro, e juntos começamos a desenvolver a marca, para a qual nós tanto desenhamos como fabricamos as peças”, explica.

Nas suas criações, prevalecem a prata misturada com materiais da região. “Os materiais naturais adquirimos de marcas parceiras, que trabalham com tingimento natural, extraindo a cor do ouriço. E como ele é um material super resistente, a gente pega o ouriço (depois de extraída a coloração) e utiliza nas nossas peças. Também temos parceria com outro artesão que nos fornece madeira de móveis antigos e madeira de demolição para reuso. Assim, trabalhamos com ele as peças que levam madeira”.

Outra técnica utilizada pela marca é a incrustação paraense, produzida com pó natural, com matérias-primas como açaí, urucum e pó de pedras. O açaí, por exemplo, é usado em outra técnica que utiliza tinta natural, desenvolvida pela marca, que consiste em extrair do caroço um resíduo que é transformado em um líquido bem pastoso e é utilizado para pintar as mini cuias que servem como pingente.

Por meio dessas técnicas, muitas exclusivas e desenvolvidas pela artesã e seu marido, é que nascem peças delicadas, únicas e surpreendentes. “Essa técnica de tinta natural nasceu de uma vontade minha e do meu esposo, que é meu sócio, de criar novas formas, de fazer joias e a gente sempre busca trazer inovações para as nossas joias, seja tanto nas técnicas, quanto nos materiais utilizados, como no designer. E podemos dizer que nós somos os primeiros a utilizar essa técnica de tinta natural em joia, aqui no Pará”, complementa.

E a artesã já anuncia que virão novidades por aí. “E estamos nesse processo de desenvolver essa tinta de urucum com tucupi, que vamos utilizar nos próximos lançamentos futuros”, promete.

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