Um sonho com Nossa Senhora de Nazaré guiou a mudança no rumo da vida da artesã Suely Rodrigues (51). Formada em gestão de pessoas, ela trabalhava como auxiliar administrativa em um hospital particular, mas foi demitida durante a pandemia, em 2021. Ela já fazia alguns trabalhos manuais com os quais presenteava amigos e parentes, mas foi nessa época que decidiu transformar o hobby em profissão.
“Porque eu tive um sonho que Nossa Senhora, ela queria que eu ficasse bem mais próximo dela e estando ali, eu trabalho diretamente com ela. Foi então que eu me dediquei totalmente ao artesanato”, relembra Suely. Durante a pandemia, conseguiu se sustentar com o artesanato e diz o que a salvou. “A fé das pessoas, porque elas queriam terço para rezar, queriam uma imagem para ficar conversando”, pontua.

Foi então que surgiu a ideia de usar a vassoura do açaí e o grão do café em suas criações. No caso desse último, ela viu algo em comum entre o Círio e o café. “Na verdade, eu tive mais ou menos um sonho, aí eu pensei no café, porque ele reúne todo mundo ao redor da mesa, assim como ela consegue reunir todo mundo”, relata a artesã.
Montar mantos como esses requer dedicação e paciência, pois os grãos são colados um a um, manualmente. Trabalho que pode levar de três a quatro horas, para preencher cada manto com café. Já o manto montado a partir da vassoura do açaí leva um dia inteiro para ficar pronto. “Quando eu estou colando, eu esqueço do mundo”.
Em relação à experiência na primeira FAC, Suely Rodrigues diz que está acima das expectativas. “Um belo dia, eu sonhei com ela, que disse que eu ia brilhar através dela, não mais de CLT. E aqui FAC, para mim, está melhor do que o esperado. Eu estou adorando participar, não me arrependi em nenhum momento”, conclui.