ASN PA Atualização
Compartilhe

Sebrae no Pará vai capacitar artesãos indígenas venezuelanos da etnia Warao

Inicialmente, 150 artesãos serão acompanhados pelas equipes técnicas da instituição, em Belém
Por Da Redação
ASN PA Atualização
Compartilhe

Com foco no empreendedorismo e na inclusão produtiva de refugiados indígenas da etnia Warao, o Sebrae no Pará e o  Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil, firmaram um acordo de cooperação nesta quarta-feira (18), em Belém. A iniciativa marca o Dia Mundial dos Refugiados, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado na próxima sexta (20).

De forma prática, a parceria prevê ações de capacitação empreendedora, com foco na geração de renda, valorização de saberes tradicionais e fortalecimento da autonomia econômica dos indígenas, que tem origem na Venezuela. As capacitações devem começar em breve.

“O que assinamos hoje com o Acnur é mais um movimento de entrega do Sebrae para fortalecer o empreendedorismo, só que agora especificamente com o povo Warao, com o intuito de fazer com que a atividade seja desenvolvida por essas pessoas, esse é o grande negócio do Sebrae. O Acnur entra com toda a curadoria dos indígenas e nós, com as capacitações. Hoje temos cerca de 1.300 pessoas desse povo aqui no Pará, na região metropolitana são cerca de 900, e em breve iniciaremos o trabalho com as trilhas de capacitação para 150 artesãos, ou seja, mais de 10% desse povo será atendido, fortalecendo o mercado de trabalho. Esse é um povo que não escolheu viver essa situação, e nós, de forma cuidadosa, queremos entregar muita dignidade e mostrar que o povo brasileiro sempre ajuda os que precisam”, destacou o diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.

Os artesãos da etnia Warao, já trabalham com peças feitas a partir do buriti, mas precisam aperfeiçoar suas habilidades com base em seus conhecimentos ancestrais. Dessa maneira, a ideia é oferecer abertura de mercado e novos negócios para os cerca de 150 indígenas que serão atendidos inicialmente na capital paraense.

Sebrae no Pará ficará responsável por ações voltadas ao empreendedorismo. Foto: Carlos Borges.

“Ao todo, somos cerca de 900 indígenas do povo Warao, entre crianças, adolescentes e adultos, vivendo em Belém. Desses, mais de 100 são envolvidos com o artesanato. Nossa expectativa com esse acordo é conquistar capacitação, apoio para financiamento, e continuar o trabalho que já realizamos. Sonhamos com um espaço fixo para nossa produção e comercialização. Queremos inspirar outros indígenas a acreditarem que é possível. Quero, no futuro, poder dizer que consegui ajuda das pessoas e das instituições certas, e é isso que me motiva a seguir em frente”, disse a indígena Gardênia Cooper, representante dos Warao, e uma das artesãs que será atendida pela iniciativa.

O Sebrae/PA será responsável pela curadoria de metodologias e oferta de capacitações presenciais ou híbridas (presencial e on-line), voltadas ao empreendedorismo e à produção artesanal, enquanto o ACNUR no Brasil atuará na mobilização e identificação de beneficiários.

“O processo de inclusão social e econômica das pessoas refugiadas não é uma responsabilidade exclusiva do Estado ou de agências humanitárias. Essa é uma oportunidade também para que o setor privado possa contribuir com inovação e impacto social. Então, essa parceria com o Sebrae/PA, representa uma oportunidade estratégica para que refugiados e empreendedores tenham acesso à capacitação, à orientação direcionada e a oportunidades eficazes de geração de renda para que eles possam reconstruir suas vidas aqui no Brasil”, ressaltou Janaína Galvão, chefe do escritório do ACNUR em Belém.

O ACNUR estima que cerca de 1.300 indígenas da etnia Warao vivam atualmente no Pará, sendo 900 deles na metropolitana de Belém. A iniciativa reforça o compromisso das instituições com o desenvolvimento sustentável e a integração social e econômica de populações vulneráveis no estado.

  • cultura empreendedora
  • Empreendedorismo
  • Indígenas Warao