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Fotos: Carlos Borges / Arquivo Sebrae no Pará
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No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, um dos aspectos mais importantes a serem levados em consideração é a inserção dessa parcela da população na economia. Apesar de os empreendedores negros serem maioria no país, raros são os estudos que se aprofundam na análise da interação entre raça e empreendedorismo.

No Brasil, os negros representam 52,4% dos mais de 30 milhões de donos de negócios no país, totalizando 15,6 milhões de empreendedores. No Pará, 79,9% das pessoas que empreendem se autodeclararam negras, colocando o percentual do estado acima da média nacional e ficando em terceiro no ranking das unidades federativas. O número de empreendedores negros ultrapassa 1,01 milhão de pessoas.

“Por ser um grupo que nós chamamos ‘sub-representados’, que na verdade não é, porque só no Pará são quase 80%, as dificuldades são basicamente as mesmas para todos: a parte de gestão financeira, marketing… mas algumas ações são mais difíceis para a comunidade preta, como acessar crédito, ter uma orientação mais direcionada para a sua especificidade. Então, o Sebrae atua hoje intencionalmente esse público, gerando negócios, buscando trazer competitividade para a gestão empresarial”, enumera Alexandre Alves, coordenador estadual do Programa Pluralidade do Sebrae.

O estudo foi conduzido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae/PA), baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc/IBGE), analisou a evolução do empreendedorismo por raça/cor no Brasil e regiões, com ênfase nos negros. Os dados são do último trimestre de 2023.

Em relação ao total da população economicamente ativa, o Pará possui a maior taxa de empreendedorismo negro do país. Os empreendedores negros chegam a 16% do total da população ativa paraense e 19,8% do total da população negra do estado.

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Rendimento

O estudo do Sebrae aponta que o número de donos de negócios negros cresceu consideravelmente ao longo dos anos analisados. Porém, persistem desigualdades, especialmente em renda, acesso ao crédito e escolaridade.

Apesar de o rendimento médio de ambos os grupos tenha apresentado aumento ao longo do período analisado — para negros de R$ 1.946 em 2012 para R$ 2.236 em 2023, correspondendo a um aumento percentual de 14,9% —, a disparidade entre negros e a média de todas as raças ainda é significativa, sendo que os negros ganham 41,4% menos. Essa diferença se acentua ainda mais quando comparada diretamente aos donos de negócio brancos no último trimestre analisado, onde os negros ganham 46,5% menos.

No geral, o estudo reforça a urgência de ações que promovam igualdade, como acesso ao crédito, programas educacionais e capacitação. O fortalecimento do empreendedorismo negro não apenas reduz desigualdades, mas também impulsiona o desenvolvimento socioeconômico do país, sendo um motor para o crescimento inclusivo, especialmente em estados como o Pará, onde a representatividade negra se destaca.

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