A Composta Belém – startup de impacto socioambiental positivo que atua em parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá) – apresentou uma técnica própria de compostagem a partir de resíduos orgânicos produzidos em casa, que serve para pequenos negócios. Além de promover o cuidado com o meio ambiente, a prática também pode gerar uma renda extra para quem a adota. A iniciativa foi apresentada na tarde desta quarta-feira (28), durante a Semana do MEI em Belém.
A compostagem é uma técnica de transformação de resíduos orgânicos em adubos. Na proposta da startup, a compostagem residencial ou doméstica consiste em empilhar baldes (composteiras) de 10, 15 ou 20 litros. Os dois primeiros devem conter perfurações na parte de baixo; o último, um pequeno furo para a coleta do líquido gerado no processo. As camadas são feitas em sequência: uma camada seca, uma camada de resíduos orgânicos e outra camada seca. O processo resulta na produção de adubo orgânico e biofertilizante (devendo-se usar uma proporção de 1 dedo de fertilizante caseiro para 9 litros de água).
O material final pode ser comercializado, por exemplo, com agricultores familiares e negócios voltados ao cultivo de plantas e flores. “já é uma pessoa que está transformando para o município fazendo a compostagem doméstica. Então, ela deixa de mandar resíduos para o aterro sanitário, para os lixões a céu aberto”, afirma Samantha Chaar, que já trabalha com a técnica.
Maria do Socorro Lima, que trabalha como catadora em coleta seletiva de materiais recicláveis, participou da oficina e aprovou a ideia. “Aprendi a valorizar mais a natureza. E o resto de alimento, que poderia ser descartado, a gente pode reaproveitar. Eu gostei muito dessa ideia. Isso, para mim, foi novo, porque eu sabia fazer adubo de outro jeito, mas não com esse tipo de resto de comida.” E aconselhou: “É simples, dá para fazer em casa, não é pesado para carregar. Dentro da nossa casa, nós podemos educar nossa própria família a não descartar mais resto de comida no lixo e transformar em adubo”, disse ela.
Mudança de cultura
Samantha destacou ainda a importância de mudar a cultura em relação ao descarte de resíduos. “A gente tenta fazer com que as pessoas pensem de que forma podem valorizar os resíduos, seja o resíduo orgânico, seja o resíduo seco. A gente tem que valorizar porque precisamos dar visibilidade às cooperativas de reciclagem, entregando corretamente os recicláveis”, disse ela.
Com inovação, tecnologia e foco em sustentabilidade, a Composta Belém atua desde 2021, é formada por cinco pessoas de Belém, Santarém e até fora do país. A startup trabalha não apenas com compostagem, mas também com educação ambiental em escolas, empresas e pequenos negócios, além da gestão de resíduos e eventos sustentáveis.
“Empreendedorismo sustentável está na veia. Isso gera renda — é a pessoa pensar na melhor forma. Se ela tiver essa ideia e estiver fazendo o kit de compostagem, gerando o adubo e o biofertilizante, ela já está empreendendo totalmente no empreendedorismo sustentável”, complementou.
Samantha também ressaltou o impacto de abordar o tema na Semana do MEI, especialmente no ano em que Belém sediará a COP 30, em Novembro. “Nada melhor do que incentivar e estimular as pessoas sobre a compostagem, porque a gente acaba por minimizar esses gases que são emitidos através de um processo natural: a compostagem”, finalizou ela.