Com mais de R$ 2,8 milhões na geração de negócios contabilizados pelo Sebrae no Pará, a 12ª edição da Feira de Artesanato do Círio (FAC) foi encerrada nesta quarta-feira (16), no estacionamento do Parque Urbano Porto Futuro, em Belém, proporcionando novas aberturas de mercados para 116 artesãos paraenses. A maior estrutura de todas as edições da Feira contou com 122 estandes para exposição e comercialização de produtos, em mais de três mil m² de área.
“A FAC é um sucesso todos os anos, mas esta foi a melhor feira de todos os tempos, e vem coroar o período pré COP30. Nós tivemos três mil metros quadrados de feira, com 122 estandes, área externa para shows, e todos os dias tivemos programações excelentes. Este ano tivemos uma inovação, que foi a introdução de sete etnias indígenas na feira, promovendo a inclusão e trazendo os povos originários para dialogar com a sociedade por meio de sua arte e cultura”, destacou o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, ao divulgar o balanço da feira para imprensa e influenciadores nesta quarta-feira.
O diretor ressaltou ainda que a FAC foi avaliada como muito positiva entre os artesãos e o público. A feira contou com uma grande infraestrutura, que incluiu banheiros masculino e feminino, espaços de alimentação e ambiente refrigerado.
Em sete dias, a feira reuniu um rico trabalho de artesãos de 19 municípios do Estado, em várias tipologias, como miriti, balata, cerâmica, sementes, trançados em fibras, cuias e madeira, além de peças inspiradas no Círio de Nazaré. Os empreendedores foram selecionados por uma equipe de curadores, que levou em conta sete critérios: qualidade, inovação, originalidade, agregação de valor, acabamento, uso da tag e qualidade de embalagens.
“Todos os anos a FAC traz um público novo que conhece o nosso trabalho e isso aumenta as nossas vendas, é uma visibilidade muito grande para nós, artesãos, e esse ano não foi diferente, nossas vendas foram muito boas e já conseguimos clientes até de outros Estados, então foi muito positiva a feira deste ano”, disse o artesão Guilherme Santana, um dos expositores da feira.
O casal paulista Antônio e Patrícia Lencione veio em uma caravana da cidade de Osasco, em São Paulo, para conhecer o Círio de Nazaré, em Belém, e visitou a FAC. “Adoro artesanato, acho que a gente tem que homenagear os artesãos, a cidade. A gente veio para uma peregrinação e amei Belém, tudo muito lindo”, disse Patrícia. Já Antônio classificou como maravilhoso o trabalho dos 116 artesãos paraenses na feira. “O artesanato aqui é muito completo, muito bonito. As pessoas têm que valorizar o que é artesanal porque não se faz um trabalho bonito rapidamente, é preciso ter zelo e cuidado”, ressaltou.
Números
Segundo balanço do Sebrae/PA, a FAC 2024 gerou mais de R$ 2,8 milhões em negócios. Isso representa 87% a mais em relação à expectativa da coordenação do evento para este ano, que era de R$ 1,5 milhão, com a venda de mais de 63 mil peças durante o evento e negociações futuras.
O artesão Jorge Ferreira, que está à frente da marca Vidro Cruz, comercializou a peça mais valiosa da feira, no valor de R$ 6 mil. Uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, de vidro, esculpida à mão, iluminada com luzes de leds nas laterais. “Este ano a FAC surpreendeu, tanto no número de visitantes quanto no número de vendas, minhas peças estão saindo bastante e as pessoas adoram a minha arte. Estou muito feliz pelo reconhecimento”, conta ele, que faturou mais de 15 mil em sete dias.
Mundo Amazônia
Nos dias de feira, o público conferiu o espaço onde cinco artesãs indígenas paraenses expuseram peças produzidas por elas, em suas comunidades, e que retratam suas culturas, como acessórios (brincos e colares), cestarias e artesanatos.
O objetivo do Sebrae/PA foi criar um ambiente de negócios favorável para as indígenas, que foram selecionadas na curadoria da FAC, para abertura de mercado, geração de negócios e divulgação de trabalhos. Todas as indígenas iniciaram um trabalho de gestão com o Sebrae/PA, com apoio da Secretaria dos Povos Indígenas do Pará (SEPI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Entusiasmada com a FAC, a artesã indígena Pixire Kayapo veio de umas das comunidades indígenas em São Félix do Xingu, e ficou admirada pela receptividade do público de Belém. “Fico feliz em ver minhas peças sendo mostradas para o povo de Belém, nossa arte produzida na aldeia pelas nossas mulheres. Nós estamos contentes com tudo isso”, ressaltou ela.
Vitrine Amazônia
Em outro espaço voltado para gastronomia, 11 empresas paraenses atendidas pelo Sebrae/PA comercializaram suas produções relacionadas à gastronomia paraense. No local, o público encontrou produtos como bombons regionais, biscoitos regionais, geleias, temperos, molhos, bebidas, bolos, vatapá instantâneo, produtos já prontos ao consumo, que representam o sabor e a cultura paraenses.
Sabores diversos
A FAC deste ano também contou com uma área de alimentação, com food trucks e quiosques em dois ambientes. Onze empreendedores ofereceram ao público um cardápio variado, para agradar a vários paladares, composto por opções de comidas típicas, geleias, petiscos regionais, pipocas gourmet, churros, sorvetes, biscoitos, palha italiana com toque amazônico, sucos regionais, cafés e até temperos tradicionais da região.
Espaço Kids
Uma das novidades da FAC 2024 foi o Espaço Kids, uma área dedicada a demonstrar a cultura paraense por meio de desenhos e pinturas, com monitores para a criançada se divertir e aprender na faixa etária entre 0 e 12 anos.
“Eu faço muita questão de trazê-lo para conhecer os brinquedinhos e a nossa cultura. Para mim, foi um achado [o Espaço Kids], porque toda vez que eu venho, fico correndo atrás dele. Agora, a minha mãe está fazendo umas comprinhas, depois a gente reveza para eu poder dar uma olhada [na feira]”, revelou a farmacêutica Roberta Magalhães, mãe do Lorenzo, de três anos, que visitou a feira.
Música
Artistas paraenses e ministérios de música da igreja Católica também estiveram na programação da FAC Musical. As apresentações ocorreram em um palco montado na área externa do evento, todos os dias, com entrada gratuita. O público se divertiu com diversos ritmos como música católica, carimbó, pop rock, MPB, Zouk, reggae, samba, pagode, afro beat, regional.
Pelo palco da FAC 2024 passaram 14 atrações: Ministério Sal e Luz, Maria Lu, Álibi de Orfeu, Gabriel Xavier, Cântico Três, Silvan Galvão e Banda, Alex Ribeiro, Julia Passos, Sandrinha Eletrizante, Carimbolando, Reggae Town, Arthur Espíndola, Jeff Moraes e Arraial do Pavulagem com a participação de Luê Soares.
A FAC foi realizada pelo Sebrae/PA e contou com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).