O que você faz com as joias defeituosas? Talvez a resposta seja deixá-las numa caixinha no guarda-roupa ou simplesmente descartá-las. Mas a empreendedora Antônia Lima decidiu transformá-las em biojoias e, a partir disso, surgiu a Cria Circular, marca sustentável que trabalha com a criação de semijoias upcycling. A técnica consiste em reaproveitar semijoias com defeitos que iriam para o lixo e transformá-las em novo produto final, pronto para comercialização ou uso.
As peças criadas por Antônia estão presentes e podem ser adquiridas na En-Zone, a Zona do Empreendedorismo do Sebrae/PA durante a COP 30. Com entrada gratuita, o espaço fica aberto das 17h às 23h, no Parque Urbano Porto Futuro até a próxima sexta-feira (21), em Belém.
A criadora da marca explica que regionaliza as peças com o uso de tecidos, cerâmica (bio-argila) e sementes de frutas amazônicas. “Eu digo que eu fabrico agora joias upcycling regionalizadas. Eu aplico nesses metais que eu vou formando, a cerâmica, a semente, resíduos têxteis também, então eu crio essa pegada mais voltada para os insumos, elementos naturais que nós temos. A gente está falando aí de um negócio totalmente sustentável. Totalmente sustentável”, explica Antônia. “Em tempo de COP 30, onde a gente se fala de floresta viva, floresta em pé, a gente quis agregar também as nossas sementes amazônicas nas biojoias Upcycling da Cria Circular”, complementa ela.
O negócio nasceu em 2024, em meio a desafios pessoais e profissionais: muitos anos de trabalho no mercado formal e a rotina de mãe, que buscava renda. A empreendedora montou um brechó e, ao lidar com semijoias quebradas, enxergou ali uma oportunidade de negócio. O ateliê da marca funciona dentro de seu apartamento. “Lá no meu apartamento eu criei um espaço, o meu ateliê, onde eu faço todo o processo produtivo. Isso é uma coisa bem personalizada, bem especial”, conta.
Uma das formas de conseguir material para as biojoias surgiu a partir de um contato com a joalheria onde trabalhou por anos. Antônia percebeu que nada era feito com as peças defeituosas devolvidas à loja. A compra dessas joias danificadas acabou ajudando outros negócios e deu início ao processo de transformação. Após adquirir o material, entra a etapa de preparo, que inclui limpeza, desmontagem e montagem. “Então, eu fui criando o processo de idealizar que peça eu vou criar a partir desses ‘cacos’, desses pedaços de metais”, explica.
Parceria para profissionalizar
Para profissionalizar o negócio, Antônia buscou apoio do Sebrae/PA. Ela afirma que precisa se aperfeiçoar, pois deseja ensinar outras mulheres. “Eu digo: eu preciso de uma ajuda profissional. Foi quando eu busquei o Sebrae. Graças a Deus, eu já estou nesse processo, e isso está me ajudando muito, já está me dando vários nortes”, destaca ela, citando recursos que encontrou na entidade, como orientação em precificação, identidade visual e registro de marca, motivada pela exclusividade das peças que cria.

