ASN PA Atualização
Compartilhe

Empreendedor faz sucesso com marca de roupas para o público negro

No mês da Consciência Negra, Sebrae conta história de sucesso do microempresário africano Israel Hounsou
Por Bruno Magno
ASN PA Atualização
Compartilhe

Estudo realizado pelo Sebrae, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o Pará tem 80% dos negros donos de negócios, e que para cada 100 negros no Estado, 19 são empreendedores. Se comparados aos outros Estados, o Pará detém a terceira maior taxa de empreendedorismo negro do Brasil, o que representa mais de um milhão de empreendedores negros no Estado.

Os números acima podem ser facilmente representados pela história do empreendedor africano Israel Hounsou, que adotou o Pará como lar ainda em 2016. No mês da Consciência Negra, vamos conhecer a trajetória de sucesso da marca Hounsou Store e a representatividade nas peças da cultura africana.

“A Hounsou Store começou com uma paixão por valorizar e destacar a cultura africana. Como imigrante no Brasil, percebi uma lacuna no mercado para produtos que refletissem a identidade e o orgulho do povo negro. Inicialmente, comecei vendendo camisas feitas à mão vindo diretamente do Benin em feiras culturais e eventos comunitários em Belém, o que abriu as portas para expandir para roupas customizados, alfaiataria e outros produtos”, explica Israel Hounsou, CEO da marca.

Os tecidos vendidos por Israel vêm de vários países do continente africano, entre os mais vendidos estão: o ‘Samakaka’, oriundo da Angola, que utiliza as cores da bandeira do país; ‘Zulu’, que veio da África do Sul; e a estampa da união africana que utiliza a identidade de vários povos e possui nomes variados como ‘Dashiki’, ‘Angelina’ e ‘Adis Abeba’.

Na loja física da marca, na Avenida Duque de Caxias, em Belém, é possível encontrar diversos produtos como turbantes, colares, sapatos, calças, camisas, vestidos, bolsas, quadros, luminárias, entre outras variedades de peças produzidas com tecidos vindos de Benin – na África Ocidental, terra natal de Israel.

“A ideia surgiu ao notar a falta de representatividade em peças de vestuário voltadas ao público negro. Queria criar algo que fosse além de moda, um movimento de valorização cultural. O nome “Hounsou” reflete minhas raízes africanas e o compromisso em resgatar e promover o orgulho da ancestralidade. Trabalhamos com designs que celebram a história e a beleza negra, buscando sempre respeitar e enaltecer nossas origens”, ressalta o empreendedor.

Marca criada pelo microempreendedor pode ser encontrada em eventos de economia criativa. Foto: Carlos Borges

Hoje, o microempresário já conta com ajuda de 10 colaboradores na loja e diversos parceiros independentes, além de ter participado de diversas feiras de economia criativa e desfiles de moda, onde divulga a marca. “Empreender exige paixão, resiliência e conexão com sua identidade. Não tenha medo de começar pequeno, mas sonhe grande. Esteja atento às necessidades do mercado e ao que faz seu coração vibrar. Aprenda a se adaptar, busque parcerias estratégicas e nunca perca o foco no propósito que te fez começar. Afinal, é o impacto que você causa nas pessoas que definirá o sucesso do seu negócio. E a Amazônia precisa disso”, ressalta ele.

Atualmente, Israel conta com a ajuda do Sebrae/PA para colocar em prática o projeto de e-commerce, já que as perspectivas do microempresário para o futuro incluem o fortalecimento da presença digital, que está em constante crescimento. O trabalho desenvolvido por Israel define o conceito de afroempreendedorismo, que é o movimento de pessoas negras que empreendem nos mais diversos segmentos. Os produtos comercializados pelos afroempreendedores podem ser usados pelo público em geral.

“O Sebrae possui um programa Nacional destinado ao afro empreendedorismo, e no Pará, temos intensificado ações que apoiem os negócios de pessoas negras. Como por exemplo, na terceira edição do MECA tivemos a participação de cerca de 90% de afro empreendedores expondo suas mercadorias e gerando negócios, além de ter aproximado uma artista negra da periferia no palco de atrações regionais”, finaliza Alexandre Alves, integrante de Comitê da Diversidade do Sebrae no Pará.

  • consciência negra
  • Empreendedorismo