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Bacuri: experiências e empreendedorismo

Agroindústria familiar fica localizada no município de Augusto Corrêa, nordeste paraense
Por Redação
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Em uma das frutas mais tradicionais da Amazônia, a empresária Hortência Osaqui enxergou oportunidades de negócios. Licores, compotas, geleias e até uma trilha de imersão podem ser encontrados na Fazenda Bacuri, uma empresa familiar no município de Augusto Corrêa, no Nordeste Paraense.
Tudo começou em 1974, quando Henrique Osaqui, economista nipo-brasileiro, pai de Hortência, começou a prestar atenção no bacurizal, uma árvore amazônica não tão conhecida fora da região, especialmente naquela época. A ideia inicial era produzir madeira, mas, com o passar do tempo, Henrique foi percebendo que a árvore tinha baixo custo financeiro e alta rentabilidade.
Hortência chegou a trabalhar com mineração durante muitos anos, antes de assumir o empreendimento familiar e voltar para o estado de origem, em 2009. O apoio para seguir nesse caminho com segurança, veio do Sebrae. “Nosso primeiro contato com o Sebrae foi em 2013. Ele nos ajudou a verticalizar a tão sonhada cadeia produtiva, que nos anos 1970 meu pai já falava a respeito. Começamos nessa época e, de uma plantinha, virou uma floresta, que mudou a vida das pessoas da região”, conta.
A empreendedora fala sobre o panorama atual da Fazenda Bacuri. “Primeiro verticalizamos a cadeia e, atualmente, temos a sexta indústria da agricultura familiar. Em 2016 conseguimos, também, a certificação orgânica. Atualmente, processamos 300 mil frutos, vendidos de forma in natura, uma parte vai para Belém e o restante processamos”, destaca Hortência.
“Por enquanto, a casca do bacuri ainda vai para o adubo, mas tenho planos para uma pesquisa de biocosméticos, uma vez que ela é rica em oxidante”, explica a proprietária da Fazenda, ressaltando que a manteiga do fruto, por exemplo, é rica em propriedades medicinais.

Trilha

A trilha da Fazenda Bacuri se chama “A bioeconomia da floresta em pé”, um passeio para conhecer um ecossistema que explica o processo de um dos frutos mais populares e peculiares da região amazônica.
No início da jornada de imersão é apresentada a história do local. Em seguida, os visitantes conhecem a agroindústria. O roteiro continua com uma explicação sobre a verticalização da cadeia produtiva e uma visita à área de manejo, o bacurizal. Um convite para relaxar também faz parte da caminhada: um “banho de floresta”, uma terapia japonesa sensorial de imersão. Quem faz a trilha também participa da caça aos cogumelos da Amazônia e conhece o apiário.
Ao final do percurso, o visitante pode degustar um menu com licores, geleias, sucos regionais e outros produtos feitos no empreendimento, que também estão disponíveis para a venda no local.
“Nossa primeira viagem pro Norte do Brasil e estamos encantados, a natureza ainda prevalece aqui”, destaca Cláudio Oliveira, que tem uma empresa no ramo da Construção Civil em Contagem, Minas Gerais. Ele participou da trilha com Cleide Paulino, sócia dele.
“Só conhecia o bacuri pela internet. Fiiquei encantada com o sabor do alimento. As pessoas estão muito acostumadas a tirar fotos e não a vivenciar. Aqui, nós realmente vivenciamos a experiência, experimentamos e tudo mais”, afirma Cleide,

Rota Amazônia Atlântica

A Fazenda Bacuri faz parte do projeto de experiência turística socioeconômica e socioambiental, a Rota Amazônia Atlântica, que tem como objetivo criar uma alternativa econômico-social e ambiental, visando o processo de gestão dos produtores participantes e a visibilidade dos empreendimentos envolvidos.
A Rota surgiu com apoio do Sebrae, com ações de consultorias em marketing e publicidade, já nos primeiros ensaios, em 2015, quando existiam apenas as experiências da Fazenda Bacuri e da Revoada dos Pássaros. Atualmente, existem 11 rotas.
“Iniciativas como essa promovem o desenvolvimento local e regional. A Rota é nacionalmente conhecida. É preciso qualificar a produção familiar e fortalecer a cadeia produtiva, para que outros empreendimentos paraenses do segmento também possam ser reconhecidos”, frisa o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.
A Rota engloba os municípios de Augusto Corrêa, Curuçá e Bragança, no nordeste Paraense. O projeto de experiência turística, socioeconômica e socioambiental envolve onze empreendimentos: Sítio Raiz; Hotel Urumajó; Fazenda Bacuri; Rancho Amuré; Perimim em Rota; Ostras da Amazônia; Restaurante Cipó Urbano; Loja Virtual Ipê Porã; Restaurante Casa da Dika; Sítio Mearim e Lanchonete Salgateua.
O roteiro foi um dos oito selecionados para integrar o Projeto Experiências do Brasil Rural, uma iniciativa firmada entre os Ministérios do Turismo (MTur) e da Agricultura (MAPA), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), para fomentar o turismo nas áreas rurais do brasil. É o único roteiro da região Norte a fazer parte do projeto.

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