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O artesanato da palha do tucumã da empreendedora Neida Pereira, que atua na região de Santarém, no Baixo Amazonas, transforma a matéria-prima em lindas peças artesanais. Artigos de decoração, cestinhas, mandalas, descanso para panelas e até luminárias, fazem parte da produção. Para além das peças, o valor agregado de sua arte é a preservação da cultura e turismo locais, a sustentabilidade e a criação de tantas oportunidades para outras mulheres da região.
“A minha matéria-prima é retirada toda da minha comunidade, é um produto natural, que não agride o meio ambiente, e é 100% orgânico. Pensamos na sustentabilidade antes de fazermos nossas peças”, explica Neida.
O empreendimento começou em 2001, com um grupo de 20 pessoas. Hoje, a associação reúne 190 artesãos, o que mostra o impacto do trabalho coletivo. “Meu trabalho como artesã surgiu a partir de um projeto de turismo de base sustentável na localidade onde eu morava, na comunidade de Coroca, no rio Arapiuns, em Santarém. Foi lá que aprendi os Trançados de Arapiuns, e a matéria-prima que eu uso é a palha do tucumã e os tingimentos naturais, todos extraídos da floresta”, explica.
A rotina da empreendedora envolve a criação de novas peças todos os dias, que podem ser encontradas na loja do centro de artesanato Cristo Rei, em Santarém, e a gestão do espaço comunitário em Coroca, comunidade da região. A cada duas semanas, ela retorna ao local para apoiar a organização e comercialização dos produtos.
Artesanato: mais que lucro!
Para Neida, o artesanato não é apenas um meio de sustento, mas uma forma de preservar a cultura e fortalecer a comunidade. O aprendizado mais valioso ao longo de sua jornada, foi saber trabalhar em equipe e compartilhar conquistas com outras mulheres.
Ela acredita que o empreendedorismo feminino é essencial, pois oferece liberdade e a independência que muitas mulheres procuram. Seu conselho para aquelas que desejam empreender é simples e direto. “Acreditem em si mesmas e tenham coragem para enfrentar os desafios”, diz ela. A empreendedora acredita ainda que todo seu trabalho passa a fazer ainda mais sentido à medida que suas peças ganham reconhecimento, são valorizadas e levam a identidade amazônica para diferentes lugares.
Negócios e vida pessoal
Nem sempre a produção artesanal é fácil. Neida conta que durante a baixa temporada, com o fluxo menor de turistas, as vendas são afetadas. No período chuvoso, a secagem da palha se torna difícil, comprometendo a produção. Porém, ela encara tudo isso como parte do processo e sempre encontra formas de seguir em frente.
Com o apoio de suas filhas na gestão do negócio, ela mantém o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e isso garante tempo para a família e para renovação das energias. Além da família, Neida diz que o apoio do Sebrae foi fundamental na sua trajetória, pois encontrou capacitação, planejamento e apoio para o crescimento do negócio. Essa acredita que a parceria foi essencial para estruturar melhor a empresa e garantir que o artesanato da palha do Tucumã continue gerando impacto positivo na vida de muitas famílias.
