Turbantes, colares, sapatos, calças, camisas, vestidos, bolsas, quadros, luminárias, entre outras variedades de peças feitas com tecidos vindos de Benin – na África Ocidental, podem ser encontradas na 14ª edição da Semana do Microempreendedor Individual que ocorre em Belém, no Centur.
A Hounsou Store surgiu em 2016, após o empreendedor perceber que havia demanda de clientes interessados nas peças afro que usava no dia a dia. “Empreender não fazia parte da minha rotina, nunca passou na minha cabeça começar a vender produtos. Um dia, uma pessoa me parou e disse que queria comprar minha camisa”, destaca o empreendedor, que, após pedidos, pediu para a mãe enviar tecidos do continente de origem.
Os tecidos vendidos por Israel vêm de vários países do continente africano, entre os mais vendidos estão: o ‘Samakaka’, oriundo da Angola, que utiliza as cores da bandeira do país; ‘Zulu’, que veio da África do Sul; e a estampa da união africana que utiliza a identidade de vários povos e possui nomes variados como ‘Dashiki’, ‘Angelina’ e ‘Adis Abeba’. “A minha missão é mostrar que os tecidos que nós vendemos têm uma questão cultural por trás”, pontua.
“Com esses tecidos, os clientes podem usá-los da cabeça aos pés. Apesar de termos uma série de produtos, deixamos que eles escolham o que querem fazer com o tecido”, pontuou o empreendedor que tem 80% de clientes do público feminino e enfatizou que o produto que mais vende são os vestidos.
Cultura
O trabalho desenvolvido por Israel compreende o conceito de afroempreendedorismo, que é o movimento de pessoas negras que empreendem nos mais diversos segmentos. Os produtos comercializados pelos afroempreendedores podem ser usados pelo público em geral. “A moda africana é para todos e todas usarem, nós trabalhamos em cima desse pensamento”, declarou o empreendedor.
Ao vender as peças e acessórios que produz, Israel tem o objetivo de publicizar a diversidade cultural do continente africano. “A gente trabalha muito sobre a identidade visual das peças, então quando você pensa na África, pensa de forma estereotipada, o continente é muito mais que isso, é rico culturalmente”.
Além de se inspirar na cultura africana, o empreendedor destacou que a sua inspiração também vem da Amazônia. “O continente africano é a base de tudo, o foco é trazer esse conhecimento para cá, fazer esse intercambio cultural acontecer, mas a inspiração também vem da Amazônia. Isso ajudou a me reposicionar no mercado”.
Parceria com o Sebrae
O fato de ser estrangeiro fez com que o empreendedor tivesse receio de procurar o Sebrae e divulgar os produtos em grande escala. A necessidade de orientação profissional e capacitação fez com que Israel procurasse a instituição e regularizasse sua situação. “O Sebrae te dá uma série de oportunidades, fiz o meu MEI, aprendi a precificar e a me colocar melhor no mercado. São várias oportunidades para quem é empreendedor, hoje é a minha maior parceria nessa empreitada”.
O empreendedor ressalta que participou de diversas capacitações na instituição. “Fiz várias capacitações, aprendi a precificar, melhorar a marca, como vender melhor, entre outras. Hoje, o Sebrae me conecta a outros parceiros para que eu me posicione melhor no mercado”.
Atualmente, Israel conta com a ajuda do Sebrae para colocar em prática o projeto de e-commerce, as perspectivas do empresário para o futuro incluem o fortalecimento da presença digital.
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