A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) colocou Belém no centro do mundo e dos debates sobre as mudanças climáticas, mas quem ganhou destaque foram os pequenos negócios brasileiros, principalmente os produzidos na Amazônia. Eles mostraram que desenvolvimento sustentável não é discurso, é prática diária, é renda, inovação e abertura de novos caminhos. E o Sebrae no Pará esteve onde precisava estar: ao lado dessas pessoas, que receberam orientação e foram preparadas para este momento.
Esses resultados não foram obra do acaso. Durante mais de dois anos, o Sebrae no Pará dedicou-se a estruturar ações para converter a COP30 em um verdadeiro divisor de águas, evitando que fosse apenas um evento passageiro. A grande materialização desse esforço foi a En-Zone, um espaço de propósito que potencializou esse legado.
O sucesso é incontestável: em apenas 12 dias, mais de 54 mil pessoas circularam pelo local, e os mais de 800 empreendedores envolvidos movimentaram mais de R$ 3 milhões em vendas em todos os espaços. Isso sem contar nos R$12 milhões em negócios prospectados e na realização de 24 painéis para debater os pequenos negócios na agenda climática, com mais de 1.500 participantes e temáticas recorrentes como turismo, sustentabilidade, bioeconomia e inovação. Antes disso, já havíamos atendidos mais de 86 mil pequenos negócios e capacitado mais de 72 mil empreendedores nos quatro eixos trabalhados pelo Sebrae/PA.
Como grande entusiasta, acredito que o grande legado da COP30 está na mudança de visão. Saímos muito grande deste encontro de debates, ideias e novas perspectivas globais sobre um futuro sustentável. A partir de agora, os pequenos negócios passam a ser entendidos como peça central da economia de baixo carbono, aquele que gera renda, preserva território, mantém tradições, cria produtos sustentáveis e movimenta cadeias produtivas conectadas com o futuro. O mundo descobriu que a sustentabilidade tem rosto, história, identidade, e muitos desses rostos são paraenses.
Outro ponto decisivo foi a abertura de portas para redes internacionais, novos mercados, parcerias estratégicas, turismo sustentável, inovação em bioeconomia e visibilidade global. Pequenos empreendedores que antes atuavam apenas em seus territórios agora dialogam com o mundo. Logo, esse intercâmbio cultural, comercial e tecnológico, é um patrimônio que permanecerá.

A COP30 mostrou que planejamento, capacitação, acesso facilitado ao crédito, tecnologia, mobilidade sustentável e inclusão podem caminhar juntos. O Sebrae/PA trabalhou para que os empreendedores chegassem preparados, entendendo tendências, qualificando serviços, fortalecendo suas marcas e aprendendo a operar em um cenário mais competitivo. Esse aprendizado continua, se amplia e transforma a forma de empreender na Amazônia.
A Conferência Climática da ONU deixou ainda uma mensagem universal, ao demonstrar que a floresta em pé é uma vantagem econômica. O mundo reconheceu o valor de produtos, saberes tradicionais, gastronomia regional, design amazônico, turismo sustentável e soluções baseadas na biodiversidade. Isso consolida um caminho de desenvolvimento que respeita o território e aponta para uma economia mais justa e sustentável.
Mas talvez o maior legado da COP30 seja a autoestima, já que o evento mostrou para o próprio paraense, e para o Brasil, que a Amazônia não é periferia do debate mundial, mas sim o centro da inovação climática. O empreendedor paraense, que acompanhou o processo mais de perto, passou a se enxergar como agente de transformação, capaz de competir, de criar tendências e de liderar uma agenda global.
A partir de agora, fica um compromisso, o de continuar apoiando, capacitando, integrando setores, estimulando a bioeconomia, fortalecendo o turismo, valorizando a cultura e ampliando as oportunidades. A COP30 não foi um ponto final, mas o início de uma nova etapa para os pequenos negócios brasileiros e, em especial, para os pequenos negócios paraenses.
O futuro sustentável do Brasil não será construído apenas por grandes corporações ou grandes centros urbanos. Ele passa pelas mãos de quem empreende no cotidiano, de quem transforma seu território, de quem cria soluções a partir da realidade local. É justamente isso que a COP30 deixa como legado: a certeza de que o pequeno negócio tem grande impacto e ocupa lugar de destaque na economia. Seguimos em frente porque o Brasil e o Pará crescem com quem acredita, trabalha e empreende.

